Seu membro mais conhecido foi
Judas Macabeu, assim apelidado devido à sua força e determinação.
Os macabeus durante anos lideraram o movimento que levou à independência da
Judeia, e que reconsagrou o
Templo de Jerusalém, que havia sido profanado pelos gregos. Após a independência, os hasmoneus deram origem à linhagem real que governou
Israel até sua subjugação pelo domínio romano em
37 a.C..
Início da revolta
"Quanto aos livros da Torá, os que lhes caíam nas mãos eram rasgados e lançados ao fogo. Onde quer que se encontrasse, em casa de alguém, um livro da Aliança ou se alguém se conformasse à Torá, o decreto real o condenava à morte. Na sua prepotência assim procediam, contra Israel, com todos aqueles que fossem descobertos, mês por mês, nas cidades. No dia vinte e cinco de cada mês ofereciam-se sacrifícios no altar levantado por sobre o altar dos holocaustos. Quanto às mulheres que haviam feito circuncidar seus filhos, eles, cumprindo o decreto, as executavam com os mesmo filhinhos pendurados a seus pescoços, e ainda com seus familiares e com aqueles que haviam operado a circuncisão. Apesar de tudo, muitos em Israel ficaram firmes e se mostraram irredutíveis em não comerem nada de impuro. Eles aceitaram antes morrer que contaminar-se com os alimentos e profanar a Aliança sagrada, como de fato morreram. Foi sobremaneira grande a ira que se abateu sobre Israel".
Entre os judeus que permanecem fiéis à
Torá, está o sacerdote
Matatias, chamado de Hasmoneu devido ao nome do patriarca de sua linhagem (Hasmon). Recusando-se a servir no templo profanado, Matatias se exila com sua família em sua propriedade em
Modin. Matatias tem cinco filhos: João, Simão, Judas,
Eleazar e Jônatas. Convocados para os sacrifícios sacrílegos, Matatias acaba matando o emissário real e um sacerdote que se propõe a oficiar os sacrifícios. Convoca então os judeus fiéis à
Torá e foge com seus filhos para as montanhas, iniciando o movimento de resistência contra o domínio estrangeiro, destruindo altares, circuncidando meninos à força e recuperando a
Torá das mãos dos gentios.
Judas Macabeu
Matatias morre em
166 a.C., e seu filho
Judas assume a liderança da resistência. Judas desenvolve técnicas de guerrilha, que vence as contínuas tropas selêucidas enviadas. Apesar de alguns explicarem tal como "intervenção divina", Antíoco também tinha de se preocupar com outras revoltas em seu império. Em
164 a.C., Judas e seus homens conseguem tomar
Jerusalém e rededicar o Templo, no que ficaria conhecida como a Festa de
Chanucá.
"No dia vinte e cinco do nono mês - chamado Casleu - do ano cento e quarenta e oito, eles se levantaram de manhã cedo e ofereceram um sacrifício, segundo as prescrições da Lei, sobre o novo altar dos holocaustos que haviam construído. Exatamente no mês e no dia em que os gentios o tinham profanado, foi o altar novamente consagrado com cânticos e ao som de cítaras, harpas e címbalos (…) E Judas, com seus irmãos e toda a assembleia de Israel, estabeleceu que os dias da dedicação do altar seriam celebrados a seu tempo, cada ano, durante oito dias, a partir do dia vinte e cinco do mês de Casleu, com júbilo e alegria". (1 Macabeus 4:52-54,59)
Dinastia Hasmoneia
Com a morte de Judas, a liderança da família e da revolta contra o
Império Selêucida passa para o seu irmão Jônatas. Jônatas faz vários acordos e alianças com vários países, como
Esparta e inclusive com a potência da época, a
República Romana, para que fosse reconhecido a situação de Israel como nação livre perante o império
selêucida. Jônatas prossegue com a revolta, até que no ano de
153 a.C. ganha o cargo de sumo sacerdote de Israel por decreto de
Alexandre Balas, rei
selêucida. Jônatas se aliara a Alexandre, na tentativa deste de usurpar o trono de
Demétrio I Sóter. Quando Alexandre consegue o trono, ele recompensa Jônatas, a qual permite governar quase que com total independência a
Judeia. Entretanto, o rei sucessor de Alexandre, o rei
Antíoco VI, torna-se hostil aos judeus, o que provoca nova guerra, dessa vez liderada por
Simão, irmão de Jônatas e atual sumo sacerdote.
Por fim, a real independência da
Judeia vem no governo de
João Hircano I, filho de Simão, que se tornou sumo sacerdote e foi coroado rei da Judeia. João Hircano ainda enfrentou uma nova tentativa de invasão do
Império Selêucida sob o comando do rei
Antíoco VII. De acordo com a lenda, o rei João Hircano I, abriu o sepulcro do Rei
Davi e de lá retirou três mil talentos, que entregou a Sideta para que esse poupasse Jerusalém. Antíoco, então, atacou a
Pártia, apoiado pelos judeus, e, por um curto tempo, recuperou a
Mesopotâmia,
Babilônia e a região dos
Medos, antes de cair em uma emboscada e ser morto por
Fraates II de Pártia. O reino Selêucida, então, se restringiu à
Síria. Com isso a independência da Judeia como um reino independente sob a dinastia Hasmoneia é assegurada.
Durante o reinado de João Hicarno I e de
Alexandre Janeu, há uma expansão do reino judeu, que incorpora regiões importantes da Palestina, como
Mádaba,
Samega,
Siquém,
Adora,
Marisa e a
Idumeia. Nesse processo, há uma judaização forçada das populações conquistadas. Por essa época é que surgem os três grandes partidos políticos da
Judeia:
Fariseus,
Saduceus e os
Essênios. As crueldades cometidas por João Hircano I contra as cidades conquistadas e as populações forçadamente judaizadas provocam a primeira reação dos
Fariseus contra os governantes Macabeus. A partir deste momento João Hircano I alia-se aos saduceus e rompe com os fariseus. Durante os próximos reinados, de Alexandre Janeu (103-76 a.c) e de Aristóbulo I (104-103 a.c), os governantes Hasmoneus se apoiam nos Saduceus contra os Fariseus. Entretanto, durante o reinado da rainha
Salomé Alexandra (76-66 a.c), há uma aproximação da monarca com o partido Fariseu, em detrimento dos Saduceus.
Lista de reis e governantes hasmoneus