Powered By Blogger

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Zelota

O termo zelota ou zelote (do grego antigo ζηλωτής, transl. zelotés, "imitador", "admirador zeloso" ou "seguidor"[1][2]), em hebraico קנאי, kanai (frequentemente usado na forma plural, קנאים, kana'im) significa literalmente alguém que zela pelo nome de Deus. Apesar de a palavra designar em nossos dias alguém com excesso de entusiasmo, a sua origem prende-se ao movimento político judaico do século I que procurava incitar o povo da Judeia a rebelar-se contra o Império Romano e expulsar os romanos pela força das armas, que conduziu à primeira guerra judaico-romana (66–70)

História

A seita foi estabelecida por Judas, o galileu, que liderou uma revolta contra a dominação Romana no ano 6 d.C., rejeitando o pagamento de tributo pelos israelitas a um imperador pagão, sob a alegação de que tal ato era uma traição contra Deus, o verdadeiro rei de Israel. Foram denominados como zelotas por seguirem o exemplo de Matatias, seus filhos e seguidores, que externaram o seu zelo pela a lei de Deus quando Antíoco IV Epifânio tentou suprimir a religião judaica, assim como o exemplo de Fineias, que também demonstrou o seu zelo no deserto, durante uma época de apostasia (Nm 25:11; Sl 106:30).
Após a destruição do Segundo Templo pelos romanos no ano 70, rebeldes Zelotas fugiram de Jerusalém para Masada.[3] Os romanos então construíram uma enorme rampa pelo lado oeste do platô e destruíram a muralha.[3] De acordo com o historiador Flávio Josefo, os rebeldes cometeram suicídio em massa para não serem capturados.[3]
A seita dos zelotas é referida por Flávio Josefo como vil, que a responsabiliza pela incitação da revolta que conduziu à destruição de Jerusalém e do Segundo Templo, referenciais para a cultura e religião judaicas.
Um dos apóstolos de Jesus Cristo é referido como "Simão, o Zelote" (Lc 6:15 e At 1:13), ou por causa de seu zeloso temperamento ou por causa de alguma anterior associação com o partido dos Zelotas. Paulo de Tarso, referindo a si mesmo, afirma que foi um zelote religioso (At 22:3; Gl 1:14), enquanto que os muitos membros da igreja de Jerusalém são descritos como "todos são zelosos da lei" (At 21:20).

Saduceus

Os saduceus (em hebraico: צְדוּקִים Ṣĕdûqîm bnê Sadôq, "zadoquitas" ou "sadoquitas"; em gregoSaddoukaios) eram uma seita ou um grupo de judeus presente na Judeia durante o período do Segundo Templo, desde o século II a.C. até a destruição do Templo em 70 d.C. A seita foi identificada por Flávio Josefo com o alto escalão social e econômico da sociedade na Judeia.[1] O grupo cumpria variadas funções políticas, sociais e religiosas, dentre as quais se pode mencionar a função de manutenção do Templo. Os saduceus são frequentemente comparados com outras seitas do período, como os fariseus e os essênios.
Acredita-se que a extinção do grupo ocorreu algum tempo depois da destruição do Templo de Herodes, em Jerusalém, no ano de 70 d.C., sendo que os caraítas possivelmente tiveram algumas raízes nas visões dos saduceus.

História

Também para esta seita ou partido é difícil determinar a origem. Sabemos que existiu nos últimos dois séculos do Segundo Templo, em completa discórdia com os fariseus. O nome parece proceder de Zadoque, hierarca da família sacerdotal dos filhos de Zadoque, que segundo o programa ideal da constituição de Ezequiel devia ser a única família a exercer o sacerdócio na nova Judeia. De modo que, dizer saduceus era como dizer "pertencentes ao partido da estirpe sacerdotal dominante". Diferiam dos fariseus por não aceitarem a tradição oral. Na realidade, parece que a controvérsia entre eles foi uma continuação dessa hostilidade que havia começado no templo dos macabeus, entre os helenizantes e os ortodoxos. Com efeito, os saduceus, pertencendo à classe dominadora, tendo a miúdo contato com ambientes helenizados, estavam inclinados a algumas modificações ou helenizações. O conflito entre estes dois partidos foi o desastre dos últimos anos da Jerusalém judia.
Suas doutrinas são quase desconhecidas, não havendo ficado nada de seus escritos. A Bíblia afirma que eles não criam na ressurreição, tendo até tentado enlaçar Jesus com uma pergunta ardilosa sobre esse conceito. Com muita probabilidade, ainda que rechaçando a tradição farisaica, possuíram uma doutrina relativa à interpretação e à aplicação da lei bíblica. O único que nos oferece alguns dados sobre suas doutrinas é Flávio Josefo que, por ser fariseu e por haver escrito para o público greco-romano, pode apresentar imprecisões e distorções.
Parece provável que as divergências entre saduceus e fariseus foram mais que dogmáticas, foram jurídicas e rituais. Com a queda de Jerusalém, a seita dos saduceus extinguiu-se. Ficaram porém suas marcas em todas as tendências anti-rabínicas dos primeiros séculos (D.C.) e da época medieval.

Essênios

Os Essênios  ou Essénios (português europeu) (Issi'im) constituíam um grupo ascetaapocalíptico messiânico do movimento judaico antigo que foi fundado em meados do 2º século a.C. e foram dizimados no ano 68, com a destruição de seus assentamentos em Qumran[1]. O movimento já foi mencionado por autores antigos. Atualmente, tem-se redespertado o interesse pelo grupo após a descoberta dos Manuscritos do Mar Morto e do levantamento arqueológico de Qumran.

O nome "essênio" (grego - essaioi) parece se originar a partir da denominação Issi'im expressa por outros, não pelo próprio grupo. O termo é derivado aparentemente a partir da Síria (essaya ou essenoí) e este do aramaico (chasajja = "piedoso").[2] Os essênios, ainda, irão descrever como Jachad, o que significa "união", "união", "comunidade" [1] e, finalmente, por esseni no latim. Também se aceita a forma esseniano para denominá-los.

Descobertas

Dentre as comunidades, tornou-se conhecida a de Qumran em 1955, nas regiões do Qumran, zona árida e quente próximo ao Mar Morto, onde foram encontrados jarros com manuscritos que continham documentos, revelações, leis, usos e costumes de uma comunidade de essênios.
O Essenismo é transcrito pela primeira vez por Filon e Flávio Josefo, onde citavam uma ordem que havia se afastado do judaísmo tradicional por motivos desconhecidos, pois seus costumes se diferenciam em determinados pontos. Iniciaram seus estudos nos séculos que vão desde o ano 150 a.C a 70 d.C.
O Essenismo foi melhor revelado na história oficial, pela descoberta dos famosos "Manuscritos do Mar Morto", que são uma coleção de centenas de textos e fragmentos de texto encontrados em cavernas de Qumran. Após décadas de trabalho e controvérsias, a tradução integral dos manuscritos do mar Morto foi completada em 2002.[3]
Dos hábitos comuns do grupo, pode-se dizer que alimentavam-se basicamente de frutas e legumes e que banhavam-se em águas como forma de ritual para a purificação espiritual.

Relatórios históricos

Durante o domínio da Dinastia Hasmonéa, os essênios foram perseguidos. Retiraram-se por isso para o deserto, vivendo em comunidade e em estrito cumprimento da lei mosaica, bem como da dos Profetas.
Um dos autores antigos que referenciaram os essênios foi Plínio, o Velho, que fala sobre um grupo de "mulheres sem qualquer amor sexual, sem dinheiro, apenas com trabalhos manuais".
Fílon de Alexandria, filósofo judeu, um judeu grego, viu a comunidade dos essênios em um contexto mais amplo e portanto menciona os essênios com número acima de 4.000 homens que
O mesmo número é também mencionado no Flavius ​​Josephus, historiador oficial judeu, que além disso, havia passado algum tempo com os essênios (como também entre os Saduceus e Fariseus). O trabalho de Josephus parafraseou um pouco mais tarde Hipólito (cerca de 170-236), mas aparentemente se baseou em outras fontes, porque descreve o exemplo dos essênios ao jantar, como também relata a divisão dos judeus do Segundo Templo em três grupos principais: Saduceus, Fariseus e Essênios.

Doutrina

  Acreditavam em curas pela mão, milagres físicos e bênção com as mãos.

  • Realizavam curas com ervas medicinais e aplicação de argila;
  • Aboliam a propriedade privada;
  • Eram todos vegetarianos;
  • Alguns mestres não se casavam, todavia o celibato não era obrigatório;
  • Tomavam banho antes das refeições;
  • A comida era sujeita a rígidas regras de purificação;
  • Eram chamados de nazireus por causa do voto nazarita;
  • Realizavam o ritual do Batismo nas águas aos iniciados;
  • Acreditavam que a Natureza, os seres humanos e todas as coisas vivas eram o verdadeiro Templo de Deus, pois Ele não habitava em lugares feitos pelas mãos dos homens, mas sim as coisas vivas e que as ofertas a Deus eram o partilhar da comida para com os famintos, sejam homens ou animais.[3]

Cristãos e essênios

O debate entre os primeiros cristãos e judeus nem sequer existia, tanto sobre os milagres de Jesus e do túmulo vazio após sua crucificação, mas sim sobre seus atos e se tais eventos estavam em conformidade com o que a Escritura diz [20].[21] A compreensão judaica do Messias em relação a morte de Jesus não concorda com as profecias,[22] e os cristãos, porém, em vez de compreender como define o profeta Isaías, Jesus como o servo sofredor de Deus [23] foi colocado sobre Jesus a interpretação messiânica.[20]
A proclamação cristã sobre a vinda do Messias, teve relativa promoção, especialmente entre os essênios, que estavam aguardando ansiosamente o Messias.[24] Alguns essênios se converteram ao cristianismo, acrescentando-se à comunidade cristã de Jerusalém, os quais em muitos aspectos imitaram a organização da comunidade dos essênios.[25]
Mas havia uma rivalidade, com esforços para mostrar que o direito comunitário (jachad) é cristão e não essênio.[26]


OS Macabeus

Os macabeus (do hebraico מכבים ou מקבים, makabim ou maqabim, "martelos"; em grego: Μακκαβαῖοι, IPA[makav'εï]) foram os integrantes de um exército rebelde judeu que assumiu o controle de partes da Terra de Israel, até então um Estado-cliente do Império Selêucida.[1][2] Os macabeus fundaram a dinastia dos Hasmoneus, que governou de 164 a 37 a.C., reimpuseram a religião judaica, expandiram as fronteiras de Israel e reduziram no país a influência da cultura helenística.
Seu membro mais conhecido foi Judas Macabeu, assim apelidado devido à sua força e determinação.
Os macabeus durante anos lideraram o movimento que levou à independência da Judeia, e que reconsagrou o Templo de Jerusalém, que havia sido profanado pelos gregos. Após a independência, os hasmoneus deram origem à linhagem real que governou Israel até sua subjugação pelo domínio romano em 37 a.C..

Início da revolta

Com a proibição em 167 a.C. da prática do judaísmo pelo decreto de Antíoco IV e com a introdução do culto do Zeus Olímpico no Templo de Jerusalém, muitos judeus que decidem resistir a esta assimilação acabam sendo perseguidos e mortos. Conforme diz o 1 Macabeus 1:56-64 :
"Quanto aos livros da Torá, os que lhes caíam nas mãos eram rasgados e lançados ao fogo. Onde quer que se encontrasse, em casa de alguém, um livro da Aliança ou se alguém se conformasse à Torá, o decreto real o condenava à morte. Na sua prepotência assim procediam, contra Israel, com todos aqueles que fossem descobertos, mês por mês, nas cidades. No dia vinte e cinco de cada mês ofereciam-se sacrifícios no altar levantado por sobre o altar dos holocaustos. Quanto às mulheres que haviam feito circuncidar seus filhos, eles, cumprindo o decreto, as executavam com os mesmo filhinhos pendurados a seus pescoços, e ainda com seus familiares e com aqueles que haviam operado a circuncisão. Apesar de tudo, muitos em Israel ficaram firmes e se mostraram irredutíveis em não comerem nada de impuro. Eles aceitaram antes morrer que contaminar-se com os alimentos e profanar a Aliança sagrada, como de fato morreram. Foi sobremaneira grande a ira que se abateu sobre Israel".
Entre os judeus que permanecem fiéis à Torá, está o sacerdote Matatias, chamado de Hasmoneu devido ao nome do patriarca de sua linhagem (Hasmon). Recusando-se a servir no templo profanado, Matatias se exila com sua família em sua propriedade em Modin. Matatias tem cinco filhos: João, Simão, Judas, Eleazar e Jônatas. Convocados para os sacrifícios sacrílegos, Matatias acaba matando o emissário real e um sacerdote que se propõe a oficiar os sacrifícios. Convoca então os judeus fiéis à Torá e foge com seus filhos para as montanhas, iniciando o movimento de resistência contra o domínio estrangeiro, destruindo altares, circuncidando meninos à força e recuperando a Torá das mãos dos gentios.

Judas Macabeu

Matatias morre em 166 a.C., e seu filho Judas assume a liderança da resistência. Judas desenvolve técnicas de guerrilha, que vence as contínuas tropas selêucidas enviadas. Apesar de alguns explicarem tal como "intervenção divina", Antíoco também tinha de se preocupar com outras revoltas em seu império. Em 164 a.C., Judas e seus homens conseguem tomar Jerusalém e rededicar o Templo, no que ficaria conhecida como a Festa de Chanucá.
"No dia vinte e cinco do nono mês - chamado Casleu - do ano cento e quarenta e oito, eles se levantaram de manhã cedo e ofereceram um sacrifício, segundo as prescrições da Lei, sobre o novo altar dos holocaustos que haviam construído. Exatamente no mês e no dia em que os gentios o tinham profanado, foi o altar novamente consagrado com cânticos e ao som de cítaras, harpas e címbalos (…) E Judas, com seus irmãos e toda a assembleia de Israel, estabeleceu que os dias da dedicação do altar seriam celebrados a seu tempo, cada ano, durante oito dias, a partir do dia vinte e cinco do mês de Casleu, com júbilo e alegria". (1 Macabeus 4:52-54,59)
Com a morte de Antíoco IV em 164 a.C., a luta de resistência prossegue contra Antíoco V (164-162 a.C.), seu filho, e o regente Lísias e, a seguir, contra Demétrio I Sóter (161-150 a.C.).

Dinastia Hasmoneia
Com a morte de Judas, a liderança da família e da revolta contra o Império Selêucida passa para o seu irmão Jônatas. Jônatas faz vários acordos e alianças com vários países, como Esparta e inclusive com a potência da época, a República Romana, para que fosse reconhecido a situação de Israel como nação livre perante o império selêucida. Jônatas prossegue com a revolta, até que no ano de 153 a.C. ganha o cargo de sumo sacerdote de Israel por decreto de Alexandre Balas, rei selêucida. Jônatas se aliara a Alexandre, na tentativa deste de usurpar o trono de Demétrio I Sóter. Quando Alexandre consegue o trono, ele recompensa Jônatas, a qual permite governar quase que com total independência a Judeia. Entretanto, o rei sucessor de Alexandre, o rei Antíoco VI, torna-se hostil aos judeus, o que provoca nova guerra, dessa vez liderada por Simão, irmão de Jônatas e atual sumo sacerdote.
Por fim, a real independência da Judeia vem no governo de João Hircano I, filho de Simão, que se tornou sumo sacerdote e foi coroado rei da Judeia. João Hircano ainda enfrentou uma nova tentativa de invasão do Império Selêucida sob o comando do rei Antíoco VII. De acordo com a lenda, o rei João Hircano I, abriu o sepulcro do Rei Davi e de lá retirou três mil talentos, que entregou a Sideta para que esse poupasse Jerusalém. Antíoco, então, atacou a Pártia, apoiado pelos judeus, e, por um curto tempo, recuperou a MesopotâmiaBabilônia e a região dos Medos, antes de cair em uma emboscada e ser morto por Fraates II de Pártia. O reino Selêucida, então, se restringiu à Síria. Com isso a independência da Judeia como um reino independente sob a dinastia Hasmoneia é assegurada.
Durante o reinado de João Hicarno I e de Alexandre Janeu, há uma expansão do reino judeu, que incorpora regiões importantes da Palestina, como MádabaSamegaSiquémAdoraMarisa e a Idumeia. Nesse processo, há uma judaização forçada das populações conquistadas. Por essa época é que surgem os três grandes partidos políticos da JudeiaFariseusSaduceus e os Essênios. As crueldades cometidas por João Hircano I contra as cidades conquistadas e as populações forçadamente judaizadas provocam a primeira reação dos Fariseus contra os governantes Macabeus. A partir deste momento João Hircano I alia-se aos saduceus e rompe com os fariseus. Durante os próximos reinados, de Alexandre Janeu (103-76 a.c) e de Aristóbulo I (104-103 a.c), os governantes Hasmoneus se apoiam nos Saduceus contra os Fariseus. Entretanto, durante o reinado da rainha Salomé Alexandra (76-66 a.c), há uma aproximação da monarca com o partido Fariseu, em detrimento dos Saduceus.

Lista de reis e governantes hasmoneus