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quinta-feira, 26 de março de 2020

Tempo Cronológico e Tempo Histórico
O tempo cronológico é definido como o tempo onde se desenrolam as atividades humanas: nascimento, crescimento, ir para a escola, as festas, etc.
O tempo histórico são os acontecimentos que marcam um povo, uma nação, ou as vezes a humanidade.
Como exemplo poderíamos citar uma guerra, a construção de uma grande obra, a descoberta da cura de uma doença, etc.
Como nem sempre o tempo cronológico e o histórico coincidem, existem povos que vivem diferentes momentos históricos no mesmo tempo cronológico.
Exemplo: apesar de vivermos numa sociedade informatizada, várias pessoas ainda não tem acesso a essa tecnologia.
Mesmo dentro da sociedade informatizada existem vários níveis de conexão também.

Religião

A religião de um indivíduo e de um povo talvez seja o elemento que mais influencie na criação de um calendário.

Judaísmo

Calendario Judaico
Calendário judaico com os nomes dos meses em hebraico e seus correspondentes no calendário cristão
Os judeus contam o tempo a partir da criação do universo, que para eles teria ocorrido há cerca de seis mil anos.

Islamismo

Calendario Islâmico
Calendário islâmico com os nomes dos meses em árabe e seus correspondentes ao calendário cristão
Os muçulmanos têm como referência o ano em que Maomé fugiu de Meca para Medina, isso ocorreu 622 anos depois do nascimento de Cristo. Em países como a Arábia Saudita este é o calendário observado.

Cristianismo

calendário cristão
Calendário cristão e o tempo litúrgico observado pela Igreja Católica Romana
Para os cristãos os acontecimentos são registrados entre o que aconteceu antes de Cristo (a.C.) e depois do nascimento de Cristo (d.C.).
Para a história ocidental, as datas referenciadas antes de Cristo devem ser seguidas de a.C., já os fatos ocorrido depois não necessitam da sigla d.C.
É importante ressaltar que nem todas as igrejas cristãs seguem este calendário. A Igreja Católica Ortodoxa não aderiu à reforma gregoriana e manteve o calendário juliano.

Divisão dos Séculos

Quando nos referimos ao século I estamos focando os acontecimentos ocorridos entre o ano 1 e o ano 100.
século II foca aos acontecimentos ocorridos entre o ano 101 e o ano 200.
O século III compreende os fatos ocorridos entre o ano 201 e o ano 300.
Vivemos hoje no século XXI que corresponde os fatos ocorridos no período que teve início no ano 2001 e vai se prolongar até o ano 2100.

Divisão da História

A atual divisão da história vem do cientificismo e do iluminismo do século XVIII e do positivismo do século XIX.
As ciências naturais dão grande importância para sistematização e classificação de objetos e isto acabou influenciando as ciências humanas.

Pré-história

Desta maneira, os escritores desta época determinaram que o que distinguiria os povos civilizados seria a escrita. Aqueles que não a desenvolveram seriam, portanto, considerados como bárbaros.
Os povos que viveram antes do surgimento da escrita são referidos nos livros como povos pré-históricos, não fazendo parte dos quatro grandes períodos da história da humanidade.
A pré-história é estudada em dois grandes períodos:
  • Idade da Pedra: está compreendido entre o aparecimento dos primeiros hominídeos a mais ou menos 10000 a.C.,
  • Idade dos Metais: quando os hominídeos iniciaram a fabricação de objetos com metal. Dura de 5000 a.C. até o surgimento da escrita, por volta de 3500 a.C.

Idade Antiga

A Idade Antiga ou Antiguidade é contada do surgimento da escrita, mais ou menos 4000 anos a.C., até a queda do Império Romano, no ano de 476 ( século V ).
  • Antiguidade Oriental:incluindo a civilização egípcia, a mesopotâmica, os fenícios, hebreus e persas;
  • Antiguidade Ocidental ou Clássica:que envolve gregos e romanos.

Idade Média

A Idade Média é um período de aproximadamente mil anos. Começa com a queda do Império Romano, em 476, e vai até a tomada de Constantinopla pelos turcos-otomanos em 1453 (século XV ).
Esse período é dividido em:
  • Alta Idade Média:período compreendido entre os séculos V e XI, que corresponde, em termos de Europa, à formação, desenvolvimento e apogeu do sistema feudal;
  • Baixa Idade Média:período entre os séculos XI e XV, que corresponde à desagregação do sistema feudal e a consequente transição para o sistema capitalista.

Idade Moderna

A Idade Moderna é o período histórico que se estende de 1453 (século XV) até 1789 (século XVIII) início da Revolução Francesa.
No plano econômico, essa época foi marcada pelo desenvolvimento do capitalismo comercial (ou mercantil), forma inicial do sistema capitalista.
Foi uma época marcada pelas viagens de expansão marítima, onde Portugal realizou as Primeiras Grandes Navegações.

Idade Contemporânea

A Idade Contemporânea é o período que se estende do século XVIII até os dias atuais.
Ao longo dessas décadas, a Revolução Industrial atingiu seu ponto culminante. É uma era marcada pelas duas grandes guerras mundiais.
Na América Latina, o início da Idade Contemporânea foi marcado pelas lutas de independência que modelaram o novo mapa político do continente.

Linha do Tempo

No Ocidente, onde predominou a religião cristã, a História foi ensinada como um disciplina que possuía começo, meio e fim.
O começo seria o nascimento de Cristo, o meio seria a história atual e fim, o momento que Cristo voltasse a Terra.
Desta modo, as "linhas do tempo" foram se popularizando no mundo ocidental:
linha do tempo
No entanto, nem todos os povos pensavam que o tempo era uma linha reta.
Para os maias, astecas e outros povos nativos da América o tempo era uma repetição, ciclos que aconteciam uma e outra vez eternamente.

LINHA DO TEMPO NA HISTORIA

Linha do tempo sintética sobre a história da arquitetura. by ...

FASE LINHA DA IGREJA

Historia da igreja i aula 1

1 de abril O Princípio Divino do Governo na Igreja

Deus não apenas dá a Pedro as chaves que poderiam abrir as portas da nova dispensação, mas também lhe confia sua administração interna. Esse princípio é totalmente importante no que tange à igreja de Deus. As palavras da comissão são estas: “E tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.” A questão é, o que estas palavras significam? Claramente cremos que é a autoridade e o poder do Senhor a ser exercitada na igreja, porém limitada, em seu resultado, a este mundo. Não há nas palavras do Senhor pensamentos sobre a igreja decidindo qualquer coisa nos céus. Esta é a falsa interpretação e o poder nefasto da apostasia. A igreja na terra pode não ter nada a dizer ou fazer sobre o que é feito nos céus no que diz respeito a ligar e desligar. A esfera de sua ação está dentro de seus próprios limites e, quando feita de acordo com a comissão de Cristo, há a promessa da ratificação nos céus.
Também não há aqui qualquer pensamento sobre a igreja, ou qualquer de seus oficiais, estando no papel de intermediários entre uma alma e Deus no que diz respeito ao perdão eterno ou juízo eterno. Essa é a ousada blasfêmia de Roma. “Quem pode perdoar pecados, senão Deus?” Ele reserva esse poder somente a Ele mesmo. Além disso, os indivíduos que estão sujeitos ao governo da igreja já são perdoados, ou, ao menos, têm direito ao perdão. “Não julgais vós os que estão dentro?” Isto apenas se aplica àqueles que estão dentro dos limites da igreja. “Mas Deus julga os que estão fora” (1 Coríntios 5:12-13). De cada crente no amplo campo da Cristandade é dito: “Porque com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados.” (Hebreus 10:14). Assim, a retenção ou remissão dos pecados por parte da igreja vale apenas para o tempo presente, e é estritamente administrativa em seu caráter. É o princípio divino de receber pessoas na assembleia de Deus 7, com base no testemunho adequado de suas conversões, solidez na doutrina e santidade de vida; e também de colocar para fora os ofensores impenitentes até que sejam restaurados pelo verdadeiro arrependimento.
Mas alguns de nossos leitores podem ter a comum impressão de que esse poder foi dado apenas a Pedro e ao resto dos apóstolos, e consequentemente deixou de existir após eles. Isto é um erro. Realmente, isso foi dado a Pedro em primeira instância, como já vimos, e sem dúvida um poder maior foi exercitado durante os dias dos apóstolos como nunca foi visto depois, mas não havia uma autoridade maior. A igreja possui a mesma autoridade agora, em relação à disciplina na assembleia, embora com menos poder. A palavra do Senhor permanece intacta. Apenas um apóstolos, nós cremos, poderia falar como Paulo falou em 1 Coríntios 5: “Em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, juntos vós e o meu espírito, pelo poder de nosso Senhor Jesus Cristo, seja, este tal, entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus.” Isto era poder espiritual em um indivíduo, e não o julgamento da igreja8. O mesmo apóstolo, em referência ao mesmo caso, diz à assembleia: ”Tirai pois dentre vós a esse iníquo.” (1 Coríntios 5:13). O ato de tirar foi o ato, não somente do apóstolo, mas de toda a assembleia. Nesse caso, e dessa maneira, os pecados da pessoa excomungada foram retidos, embora seja, evidentemente, um homem convertido. Na Segunda Epístola, capítulo 2, o encontramos totalmente restaurado. Seu arrependimento é aceito pela assembleia e seus pecados são remidos. O transbordamento do coração do apóstolo nessa ocasião, e suas exortações à igreja, são lições valiosas para todos os que estão envolvidos com o governo da igreja, e se destinam a remover a terrível desconfiança com a qual na maioria das vezes que os irmãos que erraram são recebidos de volta aos privilégios da assembleia. “Basta-lhe ao tal esta repreensão feita por muitos. De maneira que pelo contrário deveis antes perdoar-lhe e consolá-lo, para que o tal não seja de modo algum devorado de demasiada tristeza. Por isso vos rogo que confirmeis para com ele o vosso amor.” (2 Coríntios 2:6-8). Aqui temos um caso pontual, ilustrativo do governo da assembleia de acordo com a vontade de Cristo. “Tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”.

A Parábola do Joio

“Mateus 13:24,25. ’Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao homem que semeia a boa semente no seu campo; Mas, dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou joio no meio do trigo, e retirou-se’ – isso é exatamente no que se tornou a profissão cristã. Há duas coisas necessárias para a invasão do mal entre os cristãos. A primeira é falta de vigilância dos próprios cristãos. Eles se tornam descuidados, dormem, e o inimigo vem e semeia joio. Isto começou a acontecer logo no início da história da Cristandade. Encontramos essas sementes mencionadas até no livro de Atos dos Apóstolos, e cada vez mais nas Epístolas. A Primeira Epístola aos Tessalonicenses é a primeira que o apóstolo Paulo escreveu, e a segunda foi escrita pouco tempo depois. E nesta ele já fala que o mistério da iniquidade ja operava, e que se seguiriam outras coisas, como a apostasia e o homem do pecado, e que, quando a impiedade fosse plenamente manifesta (e não como opera agora, em segredo), então o Senhor colocaria um fim no iníquo e em todos os envolvidos com ele. O mistério da iniquidade parece ser semelhante ao joio mencionado aqui. Algum tempo depois, ’quando a erva cresceu e frutificou’, quando o cristianismo começou a avançar rapidamente sobre a Terra, ’então apareceu também o joio’. Mas é evidente que o joio foi semeado quase imediatamente depois da boa semente. Sempre que Deus realiza uma obra, Satanás fica no pé. Quando o homem foi feito, ele deu ouvidos à serpente e caiu. Quando Deus deu a lei, ela foi quebrada antes mesmo de ser entregue nas mãos de Israel. Assim é sempre a história da natureza humana. ”
“Assim o mal está feito no campo, e nunca reparado. O joio não deve ser retirado do campo no tempo presente: não há juízo para ele por enquanto. Isso significa que deve haver joio na igreja? Se o reino dos céus fosse a mesma coisa que a igreja não deveria haver nenhum tipo de disciplina: deveríamos permitir a imundície da carne ou do espírito ali. Eis a importância de saber distinguir a igreja do reino. O Senhor proíbe que o joio seja tirado do reino dos céus: ’Deixai crescer ambos juntos até à ceifa’ (Mateus 13:30), isto é, até que o Senhor venha em juízo. Se o reino dos céus fosse a mesma coisa que a igreja, repito, então implicaria em nada menos que isso: que nenhum mal, seja ele flagrante ou simples, deveria ser colocado para fora da igreja5 até o dia do juízo. Vemos, então, a importância da fazer essas distinções que tantos desprezam. Elas são totalmente importantes para a verdade e santidade. Não existe nem mesmo uma única expressão na Palavra de Deus que possamos ignorar.”
“Qual é, então, o significado dessa parábola? Não tem nada a ver com a questão da comunhão da igreja. É do ’reino dos céus’ que é falado aqui – o cenário da confissão cristã, seja verdadeira ou falsa. Assim gregos, coptas, nestorianos, católicos romanos, assim como evangélicos protestantes fazem parte do reino dos céus; não apenas os crentes, mas também as más pessoas que professam o nome de Cristo. Um homem que não é judeu nem pagão, e que professa exteriormente o nome de Cristo, está no reino dos céus. Ele pode até ser muito imoral e herege, mas não deve ser tirado do reino dos céus. Mas, seria correto recebê-lo à mesa do Senhor? Deus o proíbe! Se uma pessoa caída em pecado aberto estiver na assembleia, deve ser colocado para fora dela, mas não será colocada para fora do reino dos céus. De fato, isto só poderia ser feito tirando sua vida, arrancando o joio pela raiz. E é nisto que o cristianismo mundano caiu, em um espaço de tempo não muito longo após os apóstolos partirem da Terra. Punições temporais foram introduzidas para disciplina: leis foram criadas com o propósito de entregar o refratário para o poder civil. Se não honrassem a assim chamada igreja, aos desobedientes não seria permitido viver. Deste modo, o mesmo mal contra o qual o Senhor estivera protegendo seus discípulos continuou; o Imperador Constantino usou a espada para reprimir os ofensores da “igreja”. Ele e seus sucessores introduziram penas temporais para lidar com o joio, tentando arrancá-los. Tome a “igreja” de Roma, onde vemos tamanha confusão entre a igreja e o reino dos céus: eles clamavam que, se um homem for herege, deveria ser entregue às cortes do mundo para ser queimado. Eles também nunca confessam ou corrigem o erro, pois fingem ser infalíveis. Supondo que as vítimas fossem realmente joio, isto seria tirá-los do reino. Se você arranca o joio do campo, você o mata. Podem haver homens lá fora profanando o nome de Deus, mas devemos deixar que Deus lide com eles.”
“Isso não anula a responsabilidade cristã referente àqueles que estão à mesa do Senhor. Você encontrará instruções sobre tudo isso no que foi escrito sobre a igreja. ’O campo é o mundo’, a igreja engloba apenas aqueles que acredita-se serem membros do corpo de Cristo. Tomemos 1 Coríntios, onde temos o Espírito Santo mostrando a verdadeira natureza da disciplina eclesiástica. Suponhamos que haja cristão professos vivendo na prática do pecado; tais pessoas não devem ser consideradas, enquanto continuarem no pecado, como membros do corpo de Cristo. Um verdadeiro santo pode cair em pecado aberto, mas a igreja, sabendo disto, é responsável por intervir com o propósito de expressar o juízo de Deus sobre o pecado. Se deliberadamente permitissem tais pessoas a estar à mesa do Senhor, estariam efetivamente fazendo do Senhor cúmplice do pecado. A questão não é se a pessoa é convertida ou não. Se não convertidos, os homens não têm nada a ver com a igreja, e se convertidos, o pecado não deve ser ignorado. O culpado não deve ser tirado do reino dos céus, mas deve ser colocados para fora da assembleia (igreja local). Assim, o ensinamento da palavra de Deus é muito clara sobre essas duas verdades. É errado usar de punições do mundo para lidar com um hipócrita, mesmo que ele seja detectado. Devemos procurar o bem de sua alma, mas isso não é motivo para puni-lo. No entanto, se um cristão está em pecado, a igreja não deve suportá-lo, apesar de ser exortada a ser paciente no juízo. Mas devemos deixar os não convertidos para serem julgados pelo Senhor em sua vinda. ”
“Este é o ensinamento da parábola do joio, que fornece uma visão muito solene da Cristandade. Assim como o Filho do homem semeou a boa semente, Seu inimigo semeou a má, que cresceu junto com o resto, e este mal não pode ser arrancado no momento presente. Existe uma solução para o mal que entra na igreja, mas não ainda para o mal no mundo.” 6
É perfeitamente claro, tanto das Escrituras quando da história, que o grande erro no qual caiu o corpo professante é a confusão quanto a essas duas coisas – o joio e o trigo; ou, de maneira prática, aqueles que foram admitidos, pela administração do batismo, a possuir todos os privilégios oficiais e temporais da igreja professa com aqueles que realmente se converteram e foram ensinados por Deus. Mas a vasta diferença entre o que podemos chamar de sistema sacramental e sistema vital deve ser claramente entendida e cuidadosamente distinguida, se quisermos estudar a história da igreja corretamente.
Outro erro, igualmente sério, segue como consequência. O grande e professo corpo se tornou, aos olhos e na linguagem dos homens, a ”igreja“. Homens piedosos foram atraídos por essa armadilha, de modo que a distinção entre a igreja e o reino foi, muito cedo, perdida de vista. Todos os lugares e privilégios mais sagrados da igreja professa foram, então, compartilhados tanto por pessoas piedosas quanto por ímpios. A Reforma falhou completamente em limpar a igreja dessa triste mistura, que tem sido transmitida a nós por sistemas como os Anglicanos, Luteranos e Presbiterianos, como fica claro pela forma do batismo. Em nossos dias, o sistema sacramental prevalece em um nível alarmante, e cresce rapidamente. O real e o formal, o vivo e o morto, são indistinguíveis nas várias formas do protestantismo. Infelizmente, e como isso é sério, há muitos na igreja professa – no reino dos céus – que nunca entrarão no Céu propriamente dito. Aqui encontramos tanto joio como trigo, servos maus e fiéis, virgens néscias e sábias. Embora todos os que foram batizados são contados no reino dos céus, apenas aqueles que forem vivificados e selados com o Espírito Santo pertencem à igreja de Deus.
Mas há ainda outra coisa ligada à igreja professa que exige um breve estudo aqui. É o princípio divino do governo na igreja, sobre o qual falaremos no próximo capítulo.

A Abertura do Reino dos Céus

O Senhor, de maneira especial, concedeu a Pedro a administração do reino, como vemos nos primeiros capítulos de Atos O termo é tirado do Antigo Testamento (veja Daniel 2 e 7). No capítulo 2, temos o reino; no capítulo 7, temos o Rei. A frase “reino dos céus” aparece apenas no Evangelho de Mateus, no qual o evangelista escreve principalmente para Israel.
A vinda do reino dos céus em poder e glória à Terra, na Pessoa do Messias, era a natural expectativa de todo judeu fiel. João Batista, como precursor do Senhor, apareceu pregando que o reino dos céus estava próximo. Mas, em vez de receberem o Messias, os judeus O rejeitaram e crucificaram. Consequentemente, o reino, de acordo com as expectativas judaicas, foi deixado de lado. No entanto, ele foi introduzido de uma outra forma. Quando o rejeitado Messias ascendeu ao Céu, e tomou Seu lugar à direita de Deus, triunfante sobre todos os inimigos, o reino dos céus começou. Agora o rei está no Céu, e como Daniel diz, “o Céu reina”, embora não abertamente. E, a partir do tempo em que Ele subiu até Seu retorno, este é o reino em mistério (Mateus 13). Quando Ele voltar novamente em poder e grande glória, será o reino manifesto.
A Pedro foi dado o privilégio de abrir esse reino para ambos judeus e gentios. Isto foi feito em sua pregação aos judeus, em Atos 2, e em sua pregação aos gentios, em Atos 10. Mas, novamente, devemos prestar atenção ao fato de que a igreja de Deus e o reino dos céus não são a mesma coisa. Sejamos claros, para começar, quanto a este ponto fundamental. A identificação falha das duas coisas têm produzido grande confusão de ideias e pode ser vista como a origem do puseísmo3, do papado, e de todo o sistema humano da Cristandade. Os comentários da próxima seção sobre a parábola do joio tratam diretamente desse assunto, apesar de se referirem a um período posterior ao dos primeiros capítulos de Atos.4

As Chaves do Reino dos Céus

Isso nos leva à já mencionada “grande casa” da profissão de fé cristã meramente externa. No entanto, devemos ter em mente que, apesar de intimamente conectados, o reino dos céus e a grande casa referem-se a coisas um tanto distintas. O mundo pertence ao Rei. “O campo é o mundo”. Seus servos devem ir a semear. Como resultado, temos “uma grande casa”, ou Cristandade. 2
Porém, quando tudo aquilo que é meramente nominal na Cristandade for varrido pelo juízo de Deus, o reino será estabelecido em poder e glória. Esse será o milênio.
Enquanto ainda falava com Pedro sobre a igreja, o Senhor acrescentou: “E eu te darei as chaves do reino dos céus”. A igreja sendo construída por Cristo, e o reino dos céus sendo aberto por Pedro, são coisas muito diferentes. É um dos grandes porém comuns erros da Cristandade usar os termos como sinônimos, como se significassem a mesma coisa. Escritores teológicos de todas as eras, ao assumir que eles são iguais, escreveram sobre a igreja e o reino da maneira mais confusa possível. A menos que tenhamos algum conhecimento dos modos dispensacionais de Deus, não poderíamos jamais manejar, ou dividir, bem Sua palavra (2 Timóteo 2:15). Não podemos confundir aquilo que o próprio Cristo edifica com aquilo que o homem edifica instrumentalmente, por meio de coisas como pregação e batismo. A igreja que é o corpo de Cristo é edificada sobre a confissão de que Ele é o Filho do Deus vivo, glorificado em ressurreição. Cada verdadeira alma convertida deve tratar com o próprio Cristo antes de ter algo a falar à igreja. O reino é algo muito mais amplo, e se aplica a cada pessoa batizada – isto é, todo o cenário da profissão cristã, seja ela verdadeira ou falsa.
Cristo não diz a Pedro que lhe daria as chaves da igreja ou as chaves dos céus. Se o tivesse feito, poderia realmente haver algum motivo para o sistema maligno do papado. Mas Ele simplesmente diz: “Te darei as chaves do reino dos céus” – isto é, de uma nova dispensação. Chaves, como já foi dito, não servem para construir templos, mas para abrirem portas, e o Senhor concedeu a Pedro a honra de abrir a porta do reino, primeiramente aos judeus (Atos 2), e depois aos gentios (Atos 10). Mas a linguagem que Cristo utiliza ao falar de Sua igreja é de uma outra ordem. É simples, bonita, enfática e inconfundível. “Minha igreja”. Que profundidade, que plenitude há nessas palavras. “Minha igreja”! Quando o coração encontra-se em comunhão com Cristo em relação à Sua igreja, existe uma compreensão de Suas afeições que palavras não têm o poder de expressar. Mas assim como são, gostamos de ponderar nestas duas palavras, “Minha igreja!”, mas quem pode falar do quanto do coração de Cristo que está aí revelada? Novamente, pense nessas outras duas palavras: “Esta pedra”, como se Ele tivesse dito: “A glória da Minha Pessoa, e o poder da Minha vida em ressurreição formam o sólido fundamento da ’Minha igreja”’. E de novo: “Eu a edificarei”. Vemos, assim, nessas sete palavras, que tudo está nas próprias mãos de Cristo, pois Ele é a “cabeça da igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos.” (Efésios 1:23)

Cristo, O Único Construtor de Sua Igreja

Cristo, O Único Construtor de Sua Igreja

Cristo, porém, é também o Construtor de Sua igreja. O edifício contra o qual nenhuma artimanha ou poder do inimigo poderia jamais prevalecer é a própria obra de Cristo, embora muitas vezes lemos sobre outros edificadores que participaram dela. “Sobre esta pedra edificarei a Minha igreja”. É bom ser claro nesse ponto para que não confundamos o que o homem edifica com o que Cristo edifica. Isto pode trazer uma imensa confusão para a mente, tanto em relação à verdade de Deus quanto ao presente estado da Cristandade, a menos que a distinção entre elas seja claramente entendida. Não há a nada mais importante do que notar que aqui é Cristo o único Construtor de Sua igreja, apesar de Paulo, Apolo e todos os verdadeiros evangelistas terem sido pregadores que levaram pecadores a crer. A obra do Senhor nas almas dos crentes é perfeita. É uma obra real, espiritual e pessoal. Por meio de Sua graça em seus corações eles vão até Ele, como a uma pedra viva, e são edificados sobre Ele que está ressurreto dentre os mortos. Eles provaram que o Senhor é gracioso. Assim são as pedras vivas com as quais o Senhor edifica Seu templo santo, e as portas do inferno nunca poderão prevalecer contra isto. Assim, o próprio Pedro, e todos os apóstolos, e todos os crentes são edificados como uma casa espiritual. Quando Pedro fala desse edifício em sua primeira epístola, ele não diz nada sobre ele mesmo ser um construtor. Aqui Cristo é o Construtor. É a obra dEle, e dEle somente. “Edificarei a Minha igreja”, disse Ele.
Vejamos agora, a partir da Palavra de Deus, o que o homem edifica, que materiais usa, e o modo como trabalha. Em 1 Coríntios 3 e 2 Timóteo 2 temos isto diante de nós. “Uma grande casa” é levantada pela instrumentalidade humana: que, de certo modo, é também a igreja, e a casa de Deus, como lemos em 1 Timóteo 3:15 da “casa de Deus, a igreja do Deus vivo”. É também chamada de casa de Cristo em Hebreus 3, “a qual casa somos nós”. Mas a casa em breve se tornou tristemente corrompida pela fraqueza e maldade humana. A autoridade da Palavra de Deus foi deixada de lado por muitos, e a vontade do homem se tornou de máxima importância. O efeito da filosofia humana nas simples instituições de Cristo foi rápida e dolorosamente manifesta. Porém madeira, feno e palha nunca poderiam ser “bem ajustados” com o ouro, a prata e as pedras preciosas. A casa se tornou grandiosa no mundo, assim como a árvore de mostarda, em cujos galhos se encontra uma inconveniente morada para toda “ave imunda e odiável”. A conexão com a “grande casa” dá ao homem um status no mundo, muito diferente do Mestre, que foi desprezado e rejeitado. O arquebispo está ao lado da realeza. Mas a igreja professa não é apenas exteriormente grande, sendo ainda mais pretensiosa ao tentar colocar o selo de Deus sobre sua própria obra ímpia. Essa é sua maior perversidade, e a fonte de sua cegueira, confusão e mundanismo.
Paulo, como um homem escolhido pelo Senhor para Sua obra, lançou os alicerces do “edifício de Deus” em Corinto, e outros edificaram sobre ele. Mas nem todos edificaram com material divino. O fundamento correto estava posto, e cada um deveria ver como edificava sobre ele. Em conexão com o verdadeiro fundamento, alguns podiam edificar com ouro, prata e pedras preciosas, e outros com madeira, feno e palha. Isto é, alguns podiam ensinar a sã doutrina e procurar por uma fé viva em todos os que desejassem entrar em comunhão, e outros podiam ensinar doutrinas erradas e receber à comunhão da igreja pessoas nas quais não havia fé verdadeira, mas sim a mera observância externa de ordenanças. Aqui a instrumentalidade, responsabilidade e falha do homem entram. No entanto, o próprio edificador pode ser salvo pela fé em Cristo, todavia sua obra é destruída.
Mas há ainda uma outra e pior classe de edificadores, que corrompe o templo do Senhor, e são eles mesmos destruídos. Citamos aqui, para a conveniência do leitor, a passagem integral. Nada poderia ser mais claro. “Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele. Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo… Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá.” (1 Coríntios 3:10-17)
Podemos ainda observar nas palavras do Senhor, “sobre esta pedra edificarei a Minha igreja”, que Ele não havia começado a construir ainda: Ele está dizendo aos discípulos o que Ele ainda iria fazer. Ele não diz que já a edificou, ou que a está edificando, mas que irá edificá-la. Isto ele começou a fazer no dia de Pentecostes.
Mas há uma outra verdade ainda mais intimamente conectada com a história da igreja, e ligada à sua condição e caráter na Terra, que devemos observar antes de darmos prosseguimento à sua real história. Referimo-nos à verdade contida na expressão: “As chaves do reino dos céus”.

As Sete Igrejas da Ásia

As Sete Igrejas da Ásia

Estas sete cartas às igrejas das Ásia servirão de base para nossos futuros estudos. Cremos que elas não sejam apenas históricas, mas também proféticas. Sem dúvida, elas são terminantemente históricas, e este fato deve pesar no que diz respeito ao estudo de seu caráter profético. As sete igrejas realmente existiram nas sete cidades aqui citadas, e nas condições aqui descritas. Porém, é igualmente claro que elas foram destinadas, por aquEle que sabe tudo do início ao fim, a ter um significado profético, assim como sua aplicação histórica. Estas igrejas locais foram selecionados em meio a muitas, e assim dispostas e descritas de modo a prenunciar o que havia de vir. Limitar sua aplicação apenas às sete igrejas literais que se encontravam na Ásia seria estragar a unidade do livro de Apocalipse, e perder de vista as bênçãos prometidas. “Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia” (Apocalipse 1:3). O caráter de todo o livro é profético e simbólico. O segundo e o terceiro capítulo não são exceções. Eles são introduzidos pelo próprio Senhor em seu caráter místico: “O mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete castiçais de ouro. As sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais, que viste, são as sete igrejas.” (Apocalipse 1:20)
O número sete é característico. Ele marca um círculo completo dos pensamentos e modos de Deus quanto ao tempo. Daí vêm os sete dias da semana, as sete festas de Israel e as sete parábolas do reino dos céus em mistério. Este número é frequentemente usado no decorrer do livro de Apocalipse ao tratar de judeus, gentios e a igreja de Deus como responsáveis diante de Deus sobre a Terra. Por isso vemos sete igrejas, sete estrelas, sete castiçais, sete anjos, sete selos, sete trombetas, sete taças e as sete últimas pragas. Apenas nos capítulos 2 e 3 vemos a igreja como responsável diante de Deus sobre a Terra, e como objeto do governo divino. Noscapítulos 4-19 a igreja está no Céu1. Então ela aparece novamente em plena glória manifesta com seu Senhor apenas no capítulo 19: “E seguiam-no os exércitos no céu em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e puro.” (Apocalipse 19:14). 2
No corpo do livro, especialmente a partir do capítulo 6, é feita menção a judeus e gentios, que são tratados judicialmente a partir do trono de Deus no Céu. Porém isto não acontecerá até que a igreja – a verdadeira noiva do Cordeiro – seja arrebatada para o Céu, e as coisas meramente nominais e corruptas sejam finalmente rejeitadas.
Esta divisão do livro em três partes, vinda do próprio Senhor, torna a ordem dos eventos bastante clara, e deve ter um imenso peso como princípio de interpretação no estudo de Apocalipse. No capítulo 1:19 Ele nos fala do conteúdo e plano do livro inteiro: “Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer”. “As coisas que tens visto” se referem à revelação de Jesus como vistas por João no capítulo 1; “as coisas que são”, como a condição presente do corpo professante como apresentado nos capítulos 2 e 3. “As coisas que depois destas hão de acontecer” são referentes ao capítulo 4 em diante. A terceira divisão começa no capítulo 4. Uma porta no Céu é aberta, e o profeta é chamado para subir até lá. “Sobe aqui, e mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer.” É a mesma frase encontrada no capítulo 1:19. As coisas que são, e as coisas que devem acontecer depois destas, não poderiam, de maneira alguma, acontecerem ao mesmo tempo. Uma deve terminar antes que a outra comece.
Quando o número sete é usado, não em sentido literal, mas simbolicamente, sempre tem o significado de completude. É evidente, portanto, que seja utilizado nos capítulos 2 e 3. Como sabemos, havia outras igrejas além daquelas mencionadas, mas sete são selecionadas e associadas a fim de apresentar um quadro completo do que se desenvolveria posteriormente na história da igreja sobre a Terra. Os mais importantes elementos morais que existiam naquelas igrejas naquele momento, o Senhor previu que reapareceriam no decorrer do tempo. Assim temos uma figura sete vezes perfeita – isto é, divinamente perfeita – dos sucessivos estados pela qual passaria a igreja professa durante todo o período de sua responsabilidade sobre a Terra.
Vamos agora resumir rapidamente o que é apresentado sobre essas sete igrejas, e dar uma ideia geral dos diferentes períodos da história aos quais elas se aplicam.

Um Resumo das Sete Igrejas

Éfeso: Em Éfeso o Senhor detecta a raiz de todo o declínio. “Deixaste teu primeiro amor”. Ela é ameaçada a ter seu castiçal removido a menos que se arrependa. Período: da era apostólica até o final do segundo século.
Esmirna: A mensagem a Éfeso é geral, mas para Esmirna é específica. E, apesar de aplicada àquela assembleia naquele tempo, ela prefigura, de forma muito marcante, as repetidas perseguições pela qual a igreja passou sob os imperadores pagãos. No entanto, Deus pode ter usado o poder do mundo para deter o progresso do mal dentro da igreja. Período: do segundo século até Constantino.
Pérgamo: Aqui temos o estabelecimento do Cristianismo por Constantino como a religião do Estado. Em vez de perseguir os cristãos, ele os patrocina. A partir daí a queda da igreja avança rapidamente. Sua aliança profana com o mundo resultou em sua mais triste e profunda queda. Foi então que ela perdeu o verdadeiro sentido de sua relação com Cristo no Céu, e de seu caráter como peregrina e estrangeira na Terra. Período: do começo do quarto século até o sétimo século, quando o papado foi estabelecido3.
Tiatira: Em Tiatira vemos o papado da idade média, em semelhança à Jezabel, praticando todo o tipo de maldade, e perseguindo os santos de Deus, sob o disfarce de zelo religioso. No entanto, havia um remanescente temente a Deus em Tiatira, a quem o Senhor conforta com a brilhante esperança de Sua vinda, e com a promessa de poder sobre as ações, quando o próprio Senhor reinará. Mas a palavra de exortação ao remanescente é: “Mas o que tendes, retende-o até que eu venha” (Apocalipse 2:25). Período: do estabelecimento do papado até a vinda do Senhor. Este período vai até o fim, mas é caracterizado pela idade das trevas (idade média).
Sardes: Aqui vemos a parte Protestante da Cristandade que surgiu após a grande Reforma. As características falhas do papado desaparecem, mas o novo sistema não tem vida em si mesmo. “Tens nome de que vives, e estás morto” (Apocalipse 3:1). Mas há, ainda, verdadeiros santos dentro desses sistemas sem vida, e Cristo conhece a todos. “Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes, e comigo andarão de branco; porquanto são dignas disso” (Apocalipse 3:4). Período: do século XVI até hoje. Período marcado pelo início do Protestantismo após a Reforma.
Filadélfia: A igreja da Filadélfia apresenta um remanescente fraco, porém fiel à palavra e ao nome do Senhor Jesus. O que os caracterizava era o fato de guardarem a palavra da paciência de Cristo, e de não negarem Seu nome. A condição deles não era marcada por qualquer exibição de poder, nem de coisa alguma grande externamente, mas de uma próxima, íntima e pessoal comunhão com o Senhor. Ele está no meio deles como o Santo e o Verdadeiro, e é representado como sendo o dono da casa. Ele possui “a chave de Davi”. Os tesouros da palavra profética estão disponíveis para aqueles que estão dentro. Eles estão também desfrutando de Sua paciência, e na expectativa de Sua vinda. “Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra.” Período: especialmente a partir da primeira parte do século XIX.
Laodiceia: Em Laodiceia temos mornidão – indiferença, latitudinarismo4 ou ecumenismo – mas com altas pretensões, um espírito arrogante, e grande auto-suficiência. Este é o último estado daquela que leva o nome de Cristo sobre a Terra. Mas, que lástima! Isso é intolerável para Ele. Sua condenação final é chegada. Tendo separado, para Si mesmo, cada verdadeiro crente das corrupções da Cristantade, o Senhor os vomita de Sua boca. Aquilo que deveria ter sido doce a Seu paladar se tornou enjoativo, e é lançado fora para sempre. Período: começando quase em paralelo ao período de Filadélfia, mas especialmente próximo à cena final. Está ativa no período em que vivemos agora.
Tendo assim tomado uma visão geral das sete igrejas, devemos agora nos esforçar, com a ajuda do Senhor, a traçar brevemente estes diferentes períodos da história da igreja. Nosso propósito é examinar mais detalhadamente cada uma das sete epístolas enquanto avançamos com nosso estudo para que possamos verificar, à luz da Palavra, os diferentes períodos por elas referidos, e o quanto os fatos da história da igreja ilustram a história apresentada nas Escrituras nesses dois capítulos. Que o Senhor possa nos guiar, para o refrigério e bênção de Seus queridos.

Linha do tempo da Igreja Católica

Com o tempo, os cismas perturbaram a unidade ideológica do cristianismo. As principais divisões ocorreram em 144 d.C. com Marcionismo , em 318 d.C. com o arianismo , em 1054 com o Cisma Oriente-Ocidente da Igreja Católica com as Igrejas Ortodoxas Orientais e em 1517 com a Reforma Protestante. A Igreja Católica tem sido a força motriz em alguns dos principais eventos da história do mundo, incluindo a evangelização da Europa e América Latina, a difusão da alfabetização e da fundação das universidades, os hospitais, o Monasticismo ocidental, o desenvolvimento da arte, música, literatura, arquitetura, do método científico, e julgamento por júri. Também desempenha um papel nos assuntos mundiais, incluindo, a Inquisição, as Cruzadas, um método filosófico analitico, e a queda do comunismo na Europa Oriental no final do século 20.

Ministério de Jesus e fundação da Igreja Católica

• c . 4 a.C: Natividade de Jesus. De acordo com o Evangelho de Lucas, seu nascimento ocorreu na cidade de Belém durante os reinados do rei Herodes o Grande, da Judeia, e do imperador romano Augusto, e ele era o filho da Virgem Maria, que lhe concebido pelo poder do Espírito Santo. Os cristãos veem-lo como o divino Filho de Deus encarnado, ou Deus o Filho. Embora os cálculos de Dionísio Exíguo coloquem o nascimento de Jesus no ano em que, em consequência é chamado 1 d.C., a história coloca seu nascimento mais provável em algum momento entre 6 e 4 a.C.



• c . 28: o batismo de Jesus, início do ministério, e a seleção dos Apóstolos. O Evangelho de Lucas indica que Cristo foi batizado durante o 15º ano do império de Tibério César, que é datado em 28 d.C. (encontrado em Lucas 3:1,21,22 ) . Os evangelhos cristãos implicam fortemente Pedro como sendo líder e porta-voz dos Apóstolos de Jesus, sendo mencionado o maior número de vezes nos Evangelhos. Pedro, e os filhos de Zebedeu, Tiago e João, constituem o círculo interno dos Apóstolos de ser em testemunhas de Jesus a eventos específicos importantes da vida dele. Principais pregações de Jesus, como o Sermão da Montanha. A realização de milagres, como ressuscitar os mortos de volta à vida, alimentando cinco mil, andar sobre a água, etc.


• c . 31: Pedro declara e outros seguidores acreditam que Jesus de Nazaré era o Messias Judeu prometido por Yahweh, segundo as Escrituras judaicas e as previsões dos profetas hebreus . Entrada em Jerusalém, o início da Paixão de Cristo. Jesus de Nazaré foi crucificado em Jerusalem sob Pôncio Pilatos, procurador da Judéia durante o reinado de Tibério e Herodes Antipas , após o Sinédrio, sob o Sumo Sacerdote Caifás , acusar Jesus de blasfêmia. Ele então foi crucificado sob Pôncio Pilatos . De acordo com seus seguidores, três dias depois, “Deus o ressuscitou dentre os mortos." Quarenta dias depois de sua ressurreição ( Ascensão ) , os Evangelhos cristãos narram que Jesus instruiu seus discípulos assim: " Toda a autoridade foi dada a mim no céu e na terra. Ide, portanto , fazei discípulos de todas as nações , batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo , ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado , e eis que eu estou convosco todos os dias , até o fim dos tempos ". (Mateus 28:18-20 ). Dez dias mais tarde ( Pentecostes ) Pedro faz o primeiro sermão e converte 3.000 pessoas para serem batizadas.



Cristianismo Primitivo



• c . 34: Santo Estevão, o primeiro mártir cristão , foi apedrejado até a morte em Jerusalém.


• c . 50: Concílio de Jerusalém determina que os gentios convertidos ao cristianismo não precisem respeitar as leis mosaicas. Isto começa a separação entre o cristianismo e o judaísmo.

• c . 52: Segundo a tradição cristã São Tomé, o Apóstolo, chega na Índia.

• c . 64: Perseguição aos cristãos começa sob o imperador Nero, após o grande incêndio de Roma. A perseguição continua intermitentemente até 313 dC.

• c . 70: Queda de Jerusalém e a destruição do Templo.

• c . 72: Martírio de São Tomé Apóstolo em Mylapore.

• c . 96: Data tradicional da Primeira Epístola de Clemente atribuída ao Papa Clemente I, que foi escrita à igreja de Corinto.

• c . 100: São João, o último dos Apóstolos, morre em Éfeso.

• c . 110: Inácio de Antioquia usa o termo "Igreja Católica" em uma carta para a Igreja em Esmirna, uma das cartas de autenticidade indiscutível atribuída a ele. Nesta e em outras cartas genuínas ele insiste na importância dos bispos na Igreja, e fala duramente sobre hereges e judaizantes.

• c . 150 : Traduções latinas (a Vetus Latina) dos textos gregos das Escrituras circulam entre as comunidades cristãs que não falavam o grego.


• c . 155: Os ensinamentos de Marcião, do gnóstico Valentino e dos Montanistas pentecostais causam interrupções na comunidade romana. A perseguição aos cristãos no Império Romano continua.

• c . 180: O livro Contra as Heresias de Irineu traz o conceito de "heresia" mais elaborado na primeira tentativa sistemática para combater gnósticos e outros ensinamentos aberrantes.

• c . 195: Papa Victor I, primeiro Papa Africano, excomungou os Quartodecimanistas numa controvérsia da Páscoa.




• c . 200: Tertuliano , o primeiro grande escritor cristão latino, cunhou conceitos cristãos em termos latinos tais como "Trinitas", "Tres Personae, Una Substantia", "Sacramentum".



• c . 250: O Papa Fabiano envia sete bispos de Roma para a Gália para pregar o Evangelho : Gatiano de Tours, Trófimo para Arles, Paulo para Narbonne, Saturnino para Toulouse, Denis para Paris, Austremonio à Clermont, e Marçal à Limoges.



• 20 de janeiro de 250: Imperador Décio começa uma perseguição generalizada de cristãos em Roma. O Papa Fabiano é martirizado.



• 28 de outubro, 312: Imperador Constantino lidera as forças do Império Romano para a vitória na batalha de Ponte Mílvia. A tradição conta que, na noite anterior à batalha, Constantino teve uma visão de que ele iria conseguir a vitória, se ele lutasse com o símbolo de Cristo e, consequentemente , os seus soldados trouxeram em seus escudos o sinal Chi-Rhô (ΧΡ), composto pelas duas primeiras letras do palavra grega para "Cristo" (ΧΡΙΣΤΌΣ).

Período de 313 – 476


• 313: O Edito de Milão declara que a neutralidade do Império Romano sobre as visões religiões, o que na prática acabava com a perseguição aos cristãos.

• 318: O presbítero Ário é condenado e excomungado por um concílio convocado por Alexandre, bispo de Alexandria.

• 321: Concedendo á Igreja o direito de manter propriedade, Constantino doa o palácio de Laterani ao papa Melquíades. A Basílica de Latrão (Basília de Nosso Senhor) se torna a sede episcopal do Bispo de Roma.

• 3 de Novembro de 324: Constantino lança as fundações da nova capital do Império em Bizâncio, mais tarde conhecida como Constantinopla.

• 325: A Controvérsia Ariana surge em Alexandria, causando violência generalizada e perturbações entre os cristãos.

• 325: O Primeiro Concílio Ecumênico de Nicéia, convocado em resposta à controvérsia ariana, estabelece o credo niceno, declarando a crença dos cristãos trinitarianos ortodoxos na Santa Trindade.

• 18 de Novembro de 326: O papa Silvestre I consagra a Basílica de São Pedro, construída por Constantino o Grande, sobre o tumulo do apóstolo.

• 360: Juliano o Apóstata se torna o último imperador não-cristão do Império Romano

• Fevereiro de 380: O imperador Teodósio I emite um édito, De Fide Catolica, em Tessalônica, publicado em Constantinopla, declarando o cristianismo católico como a religião de estado do Império Romano.

• 381: Primeiro Concílio Ecumênico de Constantinopla

• 382: O Concílio de Roma sobre o Papa Dâmaso I define o canon da Bíblia, listando os livros aceitados do Antigo e Novo Testamento. Nenhum outro deve ser considerado como escritura.

• 391: Teodósio I declara a maior parte dos rituais pagãos ainda praticados em Roma como ilegais, encorajando assim muito da população a se converter ao cristianismo.

• 400: A tradução da Bíblia Vulgata Latina de São Jerônimo é publicada. Ela permaneceu como o texto padrão no mundo católico até a Renascença, foi usada em serviços católicos até o fim do século 20, e permanece influente nas modernas traduções vernaculares.

• 24 de Agosto de 410: O Saque de Roma. Alarico e os visigodos entram pela Porta Salária, na parte norte e leste da cidade de Roma.

• 431: O Concílio Ecumênico de Éfeso declara que Jesus existiu tanto como homem e Deus simultaneamente, clarificando assim seu status na Santa Trindade. O significado do credo niceno é também declarado um texto permanente sagrado da igreja.

• 8 de Outubro de 451: O Concílio Ecumênico da Calcedônia é aberto.

• 1 de Novembro de 451: O concílio da Calcedônia, que é o quarto concílio ecumênico, é fechado. O credo calcedoniano é emitido, e reafirma Jesus como verdadeiro Deus e verdadeiro Homem e o dogma da Virgem Maria como Mãe de Deus. O concílio excomunga Eutiques, monge de Constantinopla, que fundamentou a tese do monofisismo. Ele negava que Cristo, após a encarnação, tinha duas naturezas perfeitas. Essa excomungão conduziu ao cisma com a Igreja Ortodoxa Oriental.

• 452: O Papa Leão I, o Grande, se encontra com Átila, rei dos hunos, e o dissuade de saquear Roma.

• 455: Saque de Roma pelos vândalos. Supõe-se que os despojos do Templo de Jerusalém, anteriormente tomados por Tito, estejam entre os tesouros levados para Cartago.

• 4 de Setembro de 476: O Imperador Rômulo Augusto é deposto em Roma, isso é considerado por muito como a queda do Império Romano do Ocidente. O foco da Igreja primitiva alterna para se expandir no Imperio Romano do Oriente, também conhecido como Império Bizantino, cuja capital é Constantinopla.



Período de 477–799


• 480: Data tradicional do nascimento de São Benedito de Núrsia, autor de um conjunto de regras monásticas, estabelecendo regras para o estabelecimento de monastérios.

• 496: Clovis I, rei pagão dos francos, se converte à fé católica.

• 502: o papa Símaco ordena que os leigos não deveria mais estar em eleições para Papas, e que apenas o alto clero deveria ser considerado elegível.

• 529 O Codex Justinianus (Código de Justiniano) é completado. Primeria parte do Corpus Iuris Civilis (Corpo da Lei Civil)


• 2 de Janeiro de 533 – Mercurius se torna o papa João II. Ele se torna o primeiro papa a tomar um “nome real”. João II ganha presentes valiosas assim como a profissão de fé do imperador bizantino Justiniano.

• 533 O Digesto ou Pandectas é emitido; segunda parte do Corpus Iuris Civilis (Corpo de Direito Civil). Os Institutos, que são a parte do Corpus Iuris Civilis , entram em vigor de lei.

• 536 O general Flávio Belisário recaptura Roma

• 553 O Segundo Concílio Ecumênico de Constantinopla condena os erros de Orígenes de Alexandria, A Controvérsia dos Três capítulos, e confirma os primeiros quatro concílios gerais.

• 590 Gregório o Grande, é eleito para ser papa. Ele realiza reformas eclesiásticas na estrutura e administração. Também estabelece o Canto Gregoriano.

• 596 Agostinho de Cantuária é enviado pelo papa Gregório para evangelizar os pagãos ingleses.

• 638 A Jerusalém cristã e a Síria são conquistadas pelos muçulmanos.

• 642 O Egito cai sob os muçulmanos, seguido pelo resto do Norte da África.

• 664 O Sínodo de Whitby unifica a Igreja céltica na Inglaterra com a Igreja católica.

• 680 O Terceiro Concílio de Constantinopla coloca um fim na doutrina do Monotelismo.

• 685 Os Mardaítas usam seu poder e influência para escolher João Maron, um deles próprios, como Patriarca de Antioquia e de todo o Oriente. Maron recebe a aprovação do papa Sérgio I e se torna o primeiro patriarca maronita.


• 698 Willibrord é autorizado pelo papa Sérgio I como bispo dos frísios (Países Baixos). Willibrord estabelece uma igreja em Utrecht.

• 711: Os exércitos muçulmanos invadem a Espanha

• 718: Bonifácio de Mogúncia, um inglês, é ordenado pelo Papa Gregório II a evangelizar os germanos.

• 726: O movimento iconoclasta começa no Império oriental. A destruição de imagens persiste até 843.

• 732: O avanço muçulmano na Europa ocidental é barrado por Carlos Martel na batalha de Poitiers, França.

• 751: Os lombardos abolem o Exarcado de Ravenna, colocando assim um fim nos últimos vestígios de domínio bizantino na Itália central e Roma.

• 756: Pepino o Breve, rei dos francos, concede ao papa o domínio independente de Roma. Esta doação de Pepino é o nascimento dos estados papais.

• 787: O Segundo Concílio Ecumênico de Nicéia resolve a questão iconoclasta.

• 793: Ocorre o saque do Monastério de Lindisfarne, que marca o início dos ataques vikings a Europa cristã.