Primeira leitura: 2 Samuel 24, 2.8b-17
Evangelho: Mc 6, 1-6
1Naquele tempo, Jesus foi para a sua terra, e os discípulos seguiam-no. 2Chegado o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Os numerosos ouvintes enchiam-se de espanto e diziam: «De onde é que isto lhe vem e que sabedoria é esta que lhe foi dada? Como se operam tão grandes milagres por suas mãos? 3Não é Ele o carpinteiro, o filho de Maria e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? E as suas irmãs não estão aqui entre nós?» E isto parecia-lhes escandaloso. 4Jesus disse-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua pátria, entre os seus parentes e em sua casa.» 5E não pôde fazer ali milagre algum. Apenas curou alguns enfermos, impondo-lhes as mãos. 6Estava admirado com a falta de fé daquela gente.REFLEXÃO:Jesus veio à terra para curar e consolar os que sofrem. - O velho Simeão saudou-o no templo como a consolação de Israel.Nosso Senhor aplica a si mesmo, no seu discurso de Nazaré, esta passagem do profeta Isaías: «O Espírito do Senhor está sobre mim, por isso me marcou com a sua unção; enviou-me a evangelizar os pobres, a curar os que têm o coração partido, anunciar a libertação aos cativos, dar a vista aos cegos, libertar os oprimidos, e publicar o ano da misericórdia do Salvador e o dia da retribuição». - «E hoje, diz o Salvador, fechando o volume, realiza-se a passagem do Evangelho que acabais de escutar» (Lc 4, 16).Que vinha fazer ao mundo, senão trazer-lhe uma consolação maior ainda que a sua infelicidade? Consolar os que sofrem, era o fim da sua vida. Era por isso que multiplicava os seus encorajamentos, os seus milagres, os seus benefícios. Foi pela nossa consolação que sofreu, que morreu e que instituiu a sua Igreja com os seus sacramentos.Estamos diante de um caso de preconceito. Na Palestina daqueles tempos, o múnus de pregador cabia aos rabis, profissionais da palavra de Deus, devidamente formados para o ofício. Eram eles homens - nunca mulheres! – que recebiam do povo o máximo respeito e reverência. Afinal, representavam a legítima tradição mosaica, mantida século após século na reunião semanal da sinagoga.Eis que surge, ninguém sabe de onde, um novo pregador. Ele prega diferente dos demais. Não fica citando a opinião de outros mestres, mas fala com autoridade pessoal. Não teme sequer fazer umas correções à Lei tradicional: “Vocês ouviram dos antigos... Eu, porém, vos digo...”E da palavra ele passa à ação: cura cegos e surdos, faz andar os coxos, ressuscita os mortos. E, como se não fosse muito, ousa perdoar pecados. Daí o espanto geral: “Que sabedoria é essa? De onde lhe vem o poder?” E se escudam atrás dos muros do preconceito: “Afinal, não é ele tão somente o filho do carpinteiro?”MUITAS VEZES Confundimos a sabedoria que vem de Deus com o conhecimento que o mundo dá. Jesus, o Salvador visitou a sua casa, mas os Seus não O reconheceram. Assim também, Jesus Salvador, visita a nossa casa, o nosso coração. Está dentro de nós e mora conosco, está ao nosso alcance e nós achamos que só vamos encontrá-Lo La fora. Procuramos longe Aquele que está tão perto de nós e quer fazer maravilhas na nossa vida.