Os saduceus (em hebraico: צְדוּקִים Ṣĕdûqîm bnê Sadôq, "zadoquitas" ou "sadoquitas"; em grego: Saddoukaios) eram uma seita ou um grupo de judeus presente na Judeia durante o período do Segundo Templo, desde o século II a.C. até a destruição do Templo em 70 d.C. A seita foi identificada por Flávio Josefo com o alto escalão social e econômico da sociedade na Judeia.[1] O grupo cumpria variadas funções políticas, sociais e religiosas, dentre as quais se pode mencionar a função de manutenção do Templo. Os saduceus são frequentemente comparados com outras seitas do período, como os fariseus e os essênios.
Acredita-se que a extinção do grupo ocorreu algum tempo depois da destruição do Templo de Herodes, em Jerusalém, no ano de 70 d.C., sendo que os caraítas possivelmente tiveram algumas raízes nas visões dos saduceus.
História
Também para esta seita ou partido é difícil determinar a origem. Sabemos que existiu nos últimos dois séculos do Segundo Templo, em completa discórdia com os fariseus. O nome parece proceder de Zadoque, hierarca da família sacerdotal dos filhos de Zadoque, que segundo o programa ideal da constituição de Ezequiel devia ser a única família a exercer o sacerdócio na nova Judeia. De modo que, dizer saduceus era como dizer "pertencentes ao partido da estirpe sacerdotal dominante". Diferiam dos fariseus por não aceitarem a tradição oral. Na realidade, parece que a controvérsia entre eles foi uma continuação dessa hostilidade que havia começado no templo dos macabeus, entre os helenizantes e os ortodoxos. Com efeito, os saduceus, pertencendo à classe dominadora, tendo a miúdo contato com ambientes helenizados, estavam inclinados a algumas modificações ou helenizações. O conflito entre estes dois partidos foi o desastre dos últimos anos da Jerusalém judia.
Suas doutrinas são quase desconhecidas, não havendo ficado nada de seus escritos. A Bíblia afirma que eles não criam na ressurreição, tendo até tentado enlaçar Jesus com uma pergunta ardilosa sobre esse conceito. Com muita probabilidade, ainda que rechaçando a tradição farisaica, possuíram uma doutrina relativa à interpretação e à aplicação da lei bíblica. O único que nos oferece alguns dados sobre suas doutrinas é Flávio Josefo que, por ser fariseu e por haver escrito para o público greco-romano, pode apresentar imprecisões e distorções.
Parece provável que as divergências entre saduceus e fariseus foram mais que dogmáticas, foram jurídicas e rituais. Com a queda de Jerusalém, a seita dos saduceus extinguiu-se. Ficaram porém suas marcas em todas as tendências anti-rabínicas dos primeiros séculos (D.C.) e da época medieval.
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