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domingo, 12 de abril de 2020

ESTUDO 1 – MARCOS 1:1 – O PRINCÍPIO DO EVANGELHO DE JESUS CRISTO FILHO DE DEUS


INTRODUÇÃO


Vamos dar inicio ao estudo do Evangelho de Marcos. A autoria deste Evangelho é anônima, porém a tradição da Igreja é unânime em afirmar a autoria de Marcos. A afirmação mais antiga foi feita por Papias, bispo da Igreja em Hierápolis ( cerca de 140-135 d.C.). Este testemunho de Papias foi citado por Eusébio em História Eclesiástica e por isso foi preservada até hoje. Papias descreve Marcos como “o interprete de Pedro”.

AUTOR, DATA E CONTEXTO HISTÓRICO:

Possivelmente o Evangelho de Marcos foi escrito depois da morte de Pedro que se deu durante as perseguições do Imperador Nero por volta de 67 d. C. O capítulo 13 nos leva a crer que o Evangelho foi escrito antes de 70 d.C. quando se deu a destruição do templo, fato este que Jesus profetiza neste capítulo. A maior parte das evidências sustenta uma data entre 65-70 d.C.
Em 64 d.C Nero incendiou Roma e culpou a comunidade cristã . Foi desencadeada uma terrível perseguição contra os cristãos. Nesta perseguição Pedro e Paulo foram mortos. Foi neste contexto de perseguição e mortes que Marcos escreveu o seu Evangelho, as suas “boas novas”. Ele quer que seus leitores, os cristãos romanos especialmente, tomem a vida de Jesus Cristo como exemplo de coragem e força. No centro do Evangelho há uma declaração explicita de Jesus:
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“Começou então a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do homem padecesse muitas coisas, que fosse rejeitado pelos anciãos e principais sacerdotes e pelos escribas, que fosse morto, e que depois de três dias ressurgisse”. (Marcos 8:31)
Este pronunciamento de morte é repetido em Marcos 9:31 e 10:32-34 e torna-se uma norma para o comprometimento no discipulado:
“E chamando a si a multidão com os discípulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me”. (Marcos 8:34).
Marcos guia seus leitores para a cruz de Jesus Cristo onde eles descobrirão o significado e a esperança em seu sofrimento.
O Evangelho de Marcos é estruturado em torno dos vários movimentos geográficos de Jesus. Jesus está sempre em movimento. O clímax desta movimentação de Jesus será a sua morte e ressurreição.
A introdução do Evangelho são os 13 primeiros versículos (que estamos estudando).
Do cap. 1:14 – 9:50 – Marcos narra o ministério público de Jesus na Galiléia e Judéia (10-13).
O Evangelho encontra sua culminância na morte e ressurreição de Jesus (14-16).

O Evangelho pode ser visto como duas metades:

  • A confissão de Pedro de que Jesus era o Messias (8:27-30)
  • Primeiro anúncio de Jesus de sua crucificação (8:31)
Marcos é o menor dos Evangelhos e não contém nenhuma genealogia e não explica o nascimento de Jesus e de seu antigo ministério na Judéia.
1. É o Evangelho da ação:
Há um movimento muito rápido de uma cena para outra. É como se tivéssemos assistindo um filme da vida de Jesus.
Marcos usa como muita freqüência a palavra eutheos, que costuma ser traduzida por “imediatamente”. Esta palavra ocorre quarenta e duas vezes em Marcos,mais do que em todo o Novo Testamento.
2. É o Evangelho da vivacidade:
Marcos usa frases gráficas e surpreendentes para permitir ao leitor reproduzir a cena descrita. Os olhares e gestos de Jesus recebem atenção fora do comum. Marcos enfatiza pouco as leis e os costumes judaicos e sempre intepreta para o leitor o significado delas quando as usa. Isto demonstra que seu Evangelho foi dirigido para o mundo gentílico.
O Evangelho de Marcos ensina que o a vida do discipulado significa seguir a Jesus pelo mesmo caminho de mal-entendido e rejeição que ele sofreu. Para os seguidores de Jesus de todas as épocas é certo tanto o aviso quanto a promessa:
“E chamando a si a multidão com os discípulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me.
Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, salvá-la-á”. (Marcos 8:34-35)
Marcos sublinha a necessidade de fé na pessoa, mensagem e poder de Jesus para ajudar os que precisam.
  • Fé no evangelho do Reino de Deus:
“e dizendo: O tempo está cumprido, e é chegado o reino de Deus. Arrependei-vos, e crede no evangelho” (1:15).
é para receber perdão de pecados e cura
“E Jesus, vendo-lhes a fé, disse ao paralítico: Filho, perdoados são os teus pecados” (2:15)
  • Fé para vencer as tempestade:
“E ele, levantando-se, repreendeu o vento, e disse ao mar: Cala-te, aquieta-te. E cessou o vento, e fez-se grande bonança.
Então lhes perguntou: Por que sois assim tímidos? Ainda não tendes fé?” (4:40)
  • Fé para receber a cura e a ressurreição de mortos:
“Disse-lhe ele: Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz, e fica livre desse teu mal.
O que percebendo Jesus, disse ao chefe da sinagoga: Não temas, crê somente”. (5:34,36-37)
  • Fé para ser liberto de demônios
“Ao que Jesus lhes respondeu: ó geração incrédula! até quando estarei convosco? até quando vos hei de suportar? Trazei-mo.
Então lho trouxeram; e quando ele viu a Jesus, o espírito imediatamente o convulsionou; e o endemoninhado, caindo por terra, revolvia-se espumando.
E perguntou Jesus ao pai dele: Há quanto tempo sucede-lhe isto? Respondeu ele: Desde a infância;
e muitas vezes o tem lançado no fogo, e na água, para o destruir; mas se podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos.
Ao que lhe disse Jesus: Se podes!-tudo é possível ao que crê.
Imediatamente o pai do menino, clamando, [com lágrimas] disse: Creio! Ajuda a minha incredulidade.
E Jesus, vendo que a multidão, correndo, se aglomerava, repreendeu o espírito imundo, dizendo: Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai dele, e nunca mais entres nele.
E ele, gritando, e agitando-o muito, saiu; e ficou o menino como morto, de modo que a maior parte dizia: Morreu.
Mas Jesus, tomando-o pela mão, o ergueu; e ele ficou em pé” (9:19-27)
O Cristo encarnado que Marcos descreve é alguém que está disposto e que é capaz de ajudar aqueles em extrema necessidade.
Por fim o Evangelho de Marcos garante aos trabalhadores cristãos de todas as épocas que os mesmos milagres testemunhados que conferiram poderes ao ministério dos apóstolos continuarão como traços característicos do povo de Deus sob o Novo Testamento.
“E estes sinais acompanharão aos que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas;
pegarão em serpentes; e se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e estes serão curados”.(16:17-18)

III. O CRISTO REVELADO NO EVANGELHO DE MARCOS

Este livro não é uma biografia de Jesus. É uma história resumida da redenção. Marcos apresenta Jesus como Messias salvador da humanidade e,para isto seu argumento enfatiza alguns aspectos importantes da autoridade de Jesus Cristo:
1. Sua autoridade como Mestre
“E maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas.” (1:22)
Jesus é o Mestre dos mestres. Seus ensinamentos são tremendos e maravilhosos. Este versículo nos ensina algo acerca de Jesus como o Mestre dos Mestres:
a) Seus ensinos tocavam profundamente a vida das pessoas. Ao ouvirem seus ensinamentos a vidas delas eram transformadas. Você sabe que é Jesus que está ministrando quando sua vida é transformada através daquilo que você está ouvindo.
b) Jesus ensinava com quem tem autoridade. Os escribas ensinavam como quem tinha conhecimento, mas o ensino de Jesus ia além do conhecimento. Havia autoridade. Havia revelação. Quando Jesus está ensinando através de alguém poderemos perceber a autoridade de Jesus fluindo através do ensinamento.
c) A sua doutrina deixava as pessoas maravilhadas. Isto acontecia certamente porque havia um poder que era liberado que confirmava sua Palavra. Enquanto Jesus ensinava sua doutrina milagres aconteciam, pessoas eram curadas, vidas eram transformadas. E Ele deixou claro que isto também aconteceria com aqueles que iriam continuar a pregar o Evangelho do Reino em seu nome:
Eles, pois, saindo, pregaram por toda parte, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que os acompanhavam. (Marcos 16:20)
2. Sua autoridade sobre Satanás e os espíritos imundos
“E todos se maravilharam a ponto de perguntarem entre si, dizendo: Que é isto? Uma nova doutrina com autoridade! Pois ele ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem!” (1:27)
3. Sua autoridade sobre o pecado
” Alguns dias depois entrou Jesus outra vez em Cafarnaum, e soube-se que ele estava em casa.
Ajuntaram-se, pois, muitos, a ponta de não caberem nem mesmo diante da porta; e ele lhes anunciava a palavra.
Nisso vieram alguns a trazer-lhe um paralítico, carregado por quatro;
e não podendo aproximar-se dele, por causa da multidão, descobriram o telhado onde estava e, fazendo uma abertura, baixaram o leito em que jazia o paralítico.
E Jesus, vendo-lhes a fé, disse ao paralítico: Filho, perdoados são os teus pecados.
Ora, estavam ali sentados alguns dos escribas, que arrazoavam em seus corações, dizendo:
Por que fala assim este homem? Ele blasfema. Quem pode perdoar pecados senão um só, que é Deus?
Mas Jesus logo percebeu em seu espírito que eles assim arrazoavam dentro de si, e perguntou-lhes: Por que arrazoais desse modo em vossos corações?
Qual é mais fácil? dizer ao paralítico: Perdoados são os teus pecados; ou dizer: Levanta-te, toma o teu leito, e anda?
Ora, para que saibais que o Filho do homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados ( disse ao paralítico ),
a ti te digo, levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa.
Então ele se levantou e, tomando logo o leito, saiu à vista de todos; de modo que todos pasmavam e glorificavam a Deus, dizendo: Nunca vimos coisa semelhante”. (2:1-12)
4. Sua autoridade sobre o sábado
“E prosseguiu: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado.
Pelo que o Filho do homem até do sábado é Senhor”. (2:27-28)
5. Sua autoridade sobre a natureza
“Naquele dia, quando já era tarde, disse-lhes: Passemos para o outro lado.
E eles, deixando a multidão, o levaram consigo, assim como estava, no barco; e havia com ele também outros barcos.
E se levantou grande tempestade de vento, e as ondas batiam dentro do barco, de modo que já se enchia.
Ele, porém, estava na popa dormindo sobre a almofada; e despertaram-no, e lhe perguntaram: Mestre, não se te dá que pereçamos?
E ele, levantando-se, repreendeu o vento, e disse ao mar: Cala-te, aquieta-te. E cessou o vento, e fez-se grande bonança.
Então lhes perguntou: Por que sois assim tímidos? Ainda não tendes fé?
Encheram-se de grande temor, e diziam uns aos outros: Quem, porventura, é este, que até o vento e o mar lhe obedecem?” (4:35-41)
6. Autoridade sobre a doença
“Tendo Jesus passado de novo no barco para o outro lado, ajuntou-se a ele uma grande multidão; e ele estava à beira do mar.
Chegou um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo e, logo que viu a Jesus, lançou-se-lhe aos pés.
e lhe rogava com instância, dizendo: Minha filhinha está nas últimas; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos para que sare e viva.
Jesus foi com ele, e seguia-o uma grande multidão, que o apertava.
Ora, certa mulher, que havia doze anos padecia de uma hemorragia,
e que tinha sofrido bastante às mãos de muitos médicos, despendido tudo quanto possuía sem nada aproveitar, antes indo a pior,
tendo ouvido falar a respeito de Jesus, veio por detrás, entre a multidão, e tocou-lhe o manto;
porque dizia: Se tão-somente tocar-lhe as vestes, ficaria curada.
imediatamente cessou a sua hemorragia; e sentiu no corpo estar já curada do seu mal.
E logo Jesus, percebendo em si mesmo que saíra dele poder, virou-se no meio da multidão e perguntou: Quem me tocou as vestes?
Responderam-lhe os seus discípulos: Vês que a multidão te aperta, e perguntas: Quem me tocou?
Mas ele olhava em redor para ver a que isto fizera.
Então a mulher, atemorizada e trêmula, cônscia do que nela se havia operado, veio e prostrou-se diante dele, e declarou-lhe toda a verdade.
Disse-lhe ele: Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz, e fica livre desse teu mal”. (5:21-34)
I. Vamos pensar primeiramente sobre a situação daquela mulher:
a. Ela sofria de uma enfermidade por doze anos.
Assim também há pessoas que estão sofrendo por muitos anos. Sua situação era bastante desconfortável.
b. Ela procurou ajuda nos meios naturais
O resultado desta busca foi sofrimento e decepção.
c. Ela esgotou seus recursos na busca da cura para o seu mal
Perdeu muito dinheiro, esgotou seus recursos e perdeu tempo sem conseguir alcançar sua cura.
II. Passos dados pela mulher para alcançar sua cura:
a. Ela ouviu falar a respeito de Jesus
b. Ela enfrentou e venceu os obstáculos que se colocaram entre ela e sua cura [dor,fraqueza,multidão, distância].
c. Ela se programou para pensar no nivel da sua fé
d. Tocou em Jesus pela fé
e. Sentiu a manifestação do poder de Jesus
f. Ela sentiu que foi curada.
Quando ela tocou em Jesus imediatamente Ele sentiu que saiu poder dEle. Todas as vezes que tocarmos Jesus pela fé, o Seu poder será liberado em nosso favor.
A cura promovida por Jesus se manifesta através de três sinais
– Salvação;
– Paz;
– Liberdade.
7. Autoridade sobre a morte
“Enquanto ele ainda falava, chegaram pessoas da casa do chefe da sinagoga, a quem disseram: A tua filha já morreu; por que ainda incomodas o Mestre?
O que percebendo Jesus, disse ao chefe da sinagoga: Não temas, crê somente.
E não permitiu que ninguém o acompanhasse, senão Pedro, Tiago, e João, irmão de Tiago.
Quando chegaram a casa do chefe da sinagoga, viu Jesus um alvoroço, e os que choravam e faziam grande pranto.
E, entrando, disse-lhes: Por que fazeis alvoroço e chorais? a menina não morreu, mas dorme.
E riam-se dele; porém ele, tendo feito sair a todos, tomou consigo o pai e a mãe da menina, e os que com ele vieram, e entrou onde a menina estava.
E, tomando a mão da menina, disse-lhe: Talita cumi, que, traduzido, é: Menina, a ti te digo, levanta-te.
Imediatamente a menina se levantou, e pôs-se a andar, pois tinha doze anos. E logo foram tomados de grande espanto.
Então ordenou-lhes expressamente que ninguém o soubesse; e mandou que lhe dessem de comer”.(5:35-43)
Este texto nos mostra como Jesus trata com a morte. A morte é um inimigo terrível. É o último inimigo a ser derrotado – 1Co 15:26.
Nós, seres humanos, nunca vamos aceitar a morte com naturalidade porque não fomos criados para morrer. Deus colocou a eternidade dentro de nós.
A morte física, bem como a morte eterna, é uma conseqüência direta do pecado – Rm 5:12.
Mas, para Jesus a morte não representa uma ameaça, pois Ele é o Senhor da vida.
Jairo estava enfrentando a luta contra a morte. Sua filhinha de doze anos estava morrendo. Vejamos como Jairo reagiu diante da morte:
.1. Ele veio e se prostrou diante de Jesus
2. Ele foi persistente – Muitas pessoas começam a morrer quando o médico declara o diagnóstico. Lembre-se que a última palavra não é a do médico, é a de Jesus. Diante da ameaça da morte temos que ser persistente.
3. Jairo confessou sua fé que Jesus iria curar sua filha – v. 23. E Jesus foi com ele.
Depois de todo esse esforço Jairo recebeu a noticia da morte de sua filha. Para as pessoas a luta havia terminado; a menina morreu.
Vejamos como Jesus agiu diante dessa situação:
a. Ele não fez caso do que as pessoas disseram;
b. Ele orientou Jairo a não temer, mas crer.
c. Não permitiu que os incrédulos o seguissem.
d. Para Jesus a morte nada mais do que um sono
e. Ao seu comando a morte entrega a sua vitima
Jesus é o Senhor sobre a vida e a morte. Ao seu comando a morte cessa e a vida continua.
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<!–[if !supportLists]–>8. <!–[endif]–>Autoridade sobre as tradições legalistas
Foram ter com Jesus os fariseus, e alguns dos escribas vindos de Jerusalém,
repararam que alguns dos seus discípulos comiam pão com as mãos impuras, isto é, por lavar.
Pois os fariseus, e todos os judeus, guardando a tradição dos anciãos, não comem sem lavar as mãos cuidadosamente;
e quando voltam do mercado, se não se purificarem, não comem. E muitas outras coisas há que receberam para observar, como a lavagem de copos, de jarros e de vasos de bronze.
Perguntaram-lhe, pois, os fariseus e os escribas: Por que não andam os teus discípulos conforme a tradição dos anciãos, mas comem o pão com as mãos por lavar?
Respondeu-lhes: Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios; o seu coração, porém, está longe de mim;
mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens.
Vós deixais o mandamento de Deus, e vos apegais à tradição dos homens.
Disse-lhes ainda: Bem sabeis rejeitar o mandamento de Deus, para guardardes a vossa tradição.
Pois Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser ao pai ou à mãe, certamente morrerá.
Mas vós dizeis: Se um homem disser a seu pai ou a sua mãe: Aquilo que poderias aproveitar de mim é Corbã, isto é, oferta ao Senhor,
não mais lhe permitis fazer coisa alguma por seu pai ou por sua mãe, (7:1-13)
E chamando a si outra vez a multidão, disse-lhes: Ouvi-me vós todos, e entendei.
Nada há fora do homem que, entrando nele, possa contaminá-lo; mas o que sai do homem, isso é que o contamina.
(Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça.)
Depois, quando deixou a multidão e entrou em casa, os seus discípulos o interrogaram acerca da parábola.
Respondeu-lhes ele: Assim também vós estais sem entender? Não compreendeis que tudo o que de fora entra no homem não o pode contaminar,
porque não lhe entra no coração, mas no ventre, e é lançado fora? Assim declarou puros todos os alimentos.
E prosseguiu: O que sai do homem , isso é que o contamina.(7:14-20)
Muitos hoje em dia pensam que estão servindo a Deus, mas são sinceros equivocados. Os fariseus eram assim. Eles achavam que amavam a Deus, mas eram prisioneiros de tradições humanas. Não podemos confundir religião com cristianismo. A religião nada mais é do que a tentativa humana de se chegar a Deus. O cristianismo é Deus vindo ao encontro do homem através de Jesus Cristo.
Os fariseus nos ensinam como é uma pessoa prisioneira de tradições humanas:
a. Reparam naqueles que agem de maneira contrária á sua tradição
b. Observam fielmente cada detalhe da tradição que abraçaram
c. São criticos em relação àqueles que não praticam suas tradições
d. Honram a Deus com os lábios, mas não com o coração. Sua vida com Deus é superficial.
e .Negligenciam o mandamento de Deus para guardar suas tradições.
f. Com muito jeito, rejeitam a vontade de Deus.
Jesus veio nos libertar das tradições humanas, da religiosidade. Cristianismo é um estilo de vida altamente radical e revolucionário. O segredo para Jesus vencer o tradicionalismo é a vida no Espírito.
Jesus nos dá três ordens para quem quiser vencer o tradicionalismo:
1. Um coração totalmente voltado para o Senhor – Marcos 12:33
” e que amar a Deus de todo o coração e de todo o entendimento e de toda a força, e amar ao próximo como a si mesmo excede a todos os holocaustos e sacrifícios”.
a) Cristianismo á amar a Deus de todo o entendimento e de toda a força
b) Cristianismo é amar o próximo como a si mesmo
c) Fazer estas duas coisas é maior do que exercícios religiosos.
2Ser um verdadeiro adorador – João 4:23
“Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores”.
Cristianismo envolve a adoração sincera a Deus. Adorar a Deus não significa cantar ou levantar as mãos. Isto são atos externos. Adoração vem do íntimo do coração.É fruto de intimidade com Deus.
Deus não procura cantadores, Ele busca adoradores.
3. Andar no Espírito para vencer a vontade egoística da carne – Gálatas 5:16
“Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne”.
Andar no Espírito é o segredo para vencer o legalismo.
O que é legalismo?
“Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do SENHOR!
Porque será como o arbusto solitário no deserto e não verá quando vier o bem; antes, morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável”. Jeremias 17:5-6
Paulo também trata da questão e declara malditos os que confiam na carne e se apartam do caminho da fé, substituindo-o pelas práticas legalistas que levam à auto justiça e confiança própria julgando que tais coisas os tomam aceitáveis diante de Deus (Gaiatas 3:1-10; 1:6-9).
O legalismo é uma tentativa de apresentar uma solução diferente da que foi provida por Deus para que se alcance a justiça.
“Colocar a habilidade humana no lugar da graça divina é exaltar o que é carnal acima do que é espiritual. O efeito se manifestará nas seguintes áreas. Por exemplo:
a teologia se exaltará acima da revelação;
a educação intelectual acima da edificação do caráter;
a psicologia acima do discernimento;
o programa acima da liderança do Espirito Santo;
a eloquência acima do poder sobrenatural;
o raciocínio acima do caminhar da fé;
as leis acima do amor”. (Derek Price)
Ser cristão não é seguir normas, não um código de posso ou não posso. Ser cristão é andar no Espírito e fazer a vontade de Deus. A coisa mais importante para um cristão é saber que está no centro da vontade de Deus.
Jesus tem autoridade para nos libertar de práticas legalistas.Por isso Ele nos convida andar com Ele, tendo intimidade com Ele. Santidade não fazer as coisas certas; Santidade é andar com Deus.
9. Sua autoridade sobre o templo
“Chegaram, pois, a Jerusalém. E entrando ele no templo, começou a expulsar os que ali vendiam e compravam; e derribou as mesas dos cambistas, e as cadeiras dos que vendiam pombas;
16 e não consentia que ninguém atravessasse o templo levando qualquer utensílio;
17 e ensinava, dizendo-lhes: Não está escrito: A minha casa será chamada casa de oração para todas as nações? Vós, porém, a tendes feito covil de salteadores.
18 Ora, os principais sacerdotes e os escribas ouviram isto, e procuravam um modo de o matar; pois o temiam, porque toda a multidão se maravilhava da sua doutrina”.
(11:15-18)

IV. JESUS, O FILHO DE DEUS

O titulo de abertura do Evangelho de Marcos nos fornece a tese central em relação à identidade de Jesus como filho de Deus
“Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus”.(1:1)
a) Tanto o batismo quanto a transfiguração testemunham da Sua qualidade de Filho
“…e ouviu-se dos céus esta voz: Tu és meu Filho amado; em ti me comprazo”. (1:11)
“Nisto veio uma nuvem que os cobriu, e dela saiu uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado; a ele ouvi”(9:7).
b) Em duas ocasiões os espíritos imundos o reconhecem como Filho de Deus
“E os espíritos imundos, quando o viam, prostravam-se diante dele e clamavam, dizendo: Tu és o Filho de Deus”. (3:11)
“…e, clamando com grande voz, disse: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? conjuro-te por Deus que não me atormentes”. (5:7)
c) A parábola dos lavradores malvados faz alusão à qualidade de Filho Divino de Jesus
“Ora, tinha ele ainda um, o seu filho amado; a este lhes enviou por último, dizendo: A meu filho terão respeito”. (12:6)
d) A narrativa da crucificação termina com a declaração do centurião:
“Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus”. (15:39)
Vejamos agora algumas implicações destas afirmações acerca de Jesus para as nossas vidas:
1. Jesus foi reconhecido publicamente como Filho de Deus no momento de seu batismo. Isto significa que o batismo é o momento do reconhecimento publico de nossa filiação divina. Mas o batismo é apenas a porta de entrada para o Reino de Deus. Precisamos entender que Deus quer mais de nós.Jesus estava no monte tratando de assuntos referentes ao Reino de Deus.
Há pessoas que são batizadas e perdem seu referencial de filhos de Deus. Porque normalmente, os filhos estão envolvidos com o negócio de seu pai.E o negócio de nosso Pai é o Reino de Deus.
Quando não estamos envolvidos com o Reino de Deus invalidamos nosso batismo e negamos nossa filiação.
2. Os espíritos imundos reconheciam a filiação de Jesus. Da mesma forma eles reconhecem a autoridade dos filhos de Deus. Se estamos envolvidos no negócio de nosso Pai, temos autoridade para expulsar demônios no nome de Jesus.
“Tendo Jesus convocado os doze, deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios, e para efetuarem curas”. (Lucas 9:1)
“Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões e sobre todo o poder do inimigo, e nada, absolutamente, vos causará dano” (Lucas 10:19).
3. Jesus nos mostra através da parábola dos lavradores malvados que Deus confia no Seu Filho e, por isso O enviou para cumprir a difícil tarefa de salvar a humanidade. Da mesma forma Deus confiou a Seus filhos a tarefa de dar continuidade a tarefa que Seu filho iniciou.
Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século. (Mateus 28:18-20)
A Grande Comissão é uma tarefa que somente será cumprida pelos filhos de Deus. Um dos sinais claros de que uma pessoa é filho de Deus é que esta pessoa ama as almas perdidas e está fazendo algo para leva-las a Cristo.
4. A cruz é o lugar onde pessoas incrédulas reconheceram que Jesus é o Filho de Deus. A marca registrada de um filho de Deus é a vida crucificada. As pessoas precisam ver em nós a marca da cruz para reconhecer nossa filiação divina. Precisamos encarar a realidade de que a experiência de Paulo deve ser a nossa experiência:
“…logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim”. (Gálatas 2:20)
V. JESUS O FILHO DO HOMEM
O titulo que Jesus mais usava para referir a si mesmo era “Filho do Homem”. Ele faz uso deste título por catorze vezes em Marcos. Como designação para o Messias esse título não era tão popular entre os judeus. Um título bem mais popular por ser altamente nacionalista era “Filho de Davi”. Mas, Jesus escolhe o título “Filho do Homem” para revelar e para esconder seu messianismo e relacionar-se tanto com Deus quanto com o homem.
Marcos sugere que os discípulos de Jesus deveriam ter um amplo discernimento do mistério da Sua identidade.
A segunda vinda do Filho do Homem vai revelar totalmente seu poder e glória.

VI. O ESPÍRITO SANTO NO EVANGELHO DE MARCOS

Marcos recorda da profecia de João Batista de que Jesus “… vos batizará no Espírito Santo ( 1:8). Os crentes serão totalmente imersos no Espírito Santo como os seguidores de João foram imersos nas águas do Rio Jordão.
O Espírito Santo desceu sobre Jesus em seu batismo (1:10). Ao descer sobre Jesus o Espirito Santo O habilitou para cumprir o seu ministério messiânico de cumprimento da profecia de Isaías
“Eis aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem se compraz a minha alma; pus o meu espírito sobre ele. ele trará justiça às nações”. (Isaías 42:1)
“Chegai-vos a mim, ouvi isto: Não falei em segredo desde o princípio; desde o tempo em que aquilo se fez, eu estava ali; e agora o Senhor Deus me enviou juntamente com o seu Espírito”. (Isaías 46:18)
“O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; a apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes;…” (Isaías 61:1-2)
<!–[if !supportLists]–>· <!–[endif]–>Marcos declara graficamente que Jesus foi impelido pelo Espírito para o deserto, para que fosse tentado (1:12). Esta declaração sugere a urgência por encontrar e vencer as tentações de Satanás que queriam corrompe-lo antes que Ele embarcasse em sua missão de destruir o poder do inimigo nos outros.
O pecado contra o Espírito Santo é colocado em contraste como todos os demais pecados
(3:28- 29)
“Em verdade vos digo: Todos os pecados serão perdoados aos filhos dos homens, bem como todas as blasfêmias que proferirem; mas aquele que blasfemar contra o Espírito Santo, nunca mais terá perdão, mas será réu de pecado eterno”.
Jesus também se refere à inspiração do Antigo Testamento pelo Espírito Santo
“O próprio Davi falou, movido pelo Espírito Santo: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés”. (12:36).
Um grande estímulo aos cristãos que enfrentam a hostilidade de autoridades injustas é a garantia do Senhor de que o Espírito Santo falará através deles quando testemunharem de Cristo.
Quando, pois, vos conduzirem para vos entregar, não vos preocupeis com o que haveis de dizer; mas, o que vos for dado naquela hora, isso falai; porque não sois vós que falais, mas sim o Espírito Santo. (13:11)