Os macabeus (do hebraico מכבים ou מקבים, makabim ou maqabim, "martelos";
em grego:
Μακκαβαῖοι, IPA: [makav'εï]) foram os integrantes de um exército rebelde judeu que
assumiu o controle de partes da Terra de Israel,
até então um Estado-cliente do Império Selêucida.[1][2] Os
macabeus fundaram a dinastia dos Hasmoneus,
que governou de 164 a 37 a.C., reimpuseram a religião judaica, expandiram as fronteiras de Israel e
reduziram no país a influência da cultura
helenística.
Os macabeus durante anos lideraram o movimento que
levou à independência da Judeia, e que reconsagrou o Templo de
Jerusalém, que havia sido profanado pelos
gregos. Após a independência, os hasmoneus deram origem à linhagem real que
governou Israel até sua
subjugação pelo domínio romano em 37 a.C..
Início
da revolta
Com a proibição em 167 a.C. da
prática do judaísmo pelo
decreto de Antíoco IV e
com a introdução do culto do Zeus Olímpico no Templo de Jerusalém, muitos judeus que decidem resistir a esta assimilação acabam sendo
perseguidos e mortos. Conforme diz o 1 Macabeus 1:56-64 :
"Quanto aos livros da Torá, os que lhes caíam nas
mãos eram rasgados e lançados ao fogo. Onde quer que se encontrasse, em casa de
alguém, um livro da Aliança ou se alguém se conformasse à Torá, o decreto real
o condenava à morte. Na sua prepotência assim procediam, contra Israel, com todos
aqueles que fossem descobertos, mês por mês, nas cidades. No dia vinte e cinco
de cada mês ofereciam-se sacrifícios no altar levantado por sobre o altar dos
holocaustos. Quanto às mulheres que haviam feito circuncidar seus filhos, eles,
cumprindo o decreto, as executavam com os mesmo filhinhos pendurados a seus
pescoços, e ainda com seus familiares e com aqueles que haviam operado a
circuncisão. Apesar de tudo, muitos em Israel ficaram firmes e se mostraram
irredutíveis em não comerem nada de impuro. Eles aceitaram antes morrer que
contaminar-se com os alimentos e profanar a Aliança sagrada, como de fato
morreram. Foi sobremaneira grande a ira que se abateu sobre Israel".
Entre os judeus que permanecem fiéis à Torá, está o
sacerdote Matatias,
chamado de Hasmoneu devido ao nome do patriarca de sua linhagem (Hasmon).
Recusando-se a servir no templo profanado, Matatias se exila com sua família em
sua propriedade em Modin. Matatias tem cinco filhos: João, Simão, Judas, Eleazar e Jônatas. Convocados para os sacrifícios sacrílegos, Matatias
acaba matando o emissário real e um sacerdote que se propõe a oficiar os
sacrifícios. Convoca então os judeus fiéis à Torá e foge com
seus filhos para as montanhas, iniciando o movimento de resistência contra o
domínio estrangeiro, destruindo altares, circuncidando meninos à força e
recuperando a Torá das mãos
dos gentios.
Judas Macabeu
Matatias morre
em 166 a.C.,
e seu filho Judas assume
a liderança da resistência. Judas desenvolve técnicas de guerrilha, que vence
as contínuas tropas selêucidas enviadas. Apesar de alguns explicarem tal como
"intervenção divina", Antíoco também tinha de se preocupar com outras
revoltas em seu império. Em 164 a.C., Judas e seus homens conseguem tomar Jerusalém e
rededicar o Templo, no que ficaria conhecida como a Festa de Chanucá.
"No dia vinte e cinco do nono mês - chamado
Casleu - do ano cento e quarenta e oito, eles se levantaram de manhã cedo e
ofereceram um sacrifício, segundo as prescrições da Lei, sobre o novo altar dos
holocaustos que haviam construído. Exatamente no mês e no dia em que os gentios
o tinham profanado, foi o altar novamente consagrado com cânticos e ao som de
cítaras, harpas e címbalos (…) E Judas, com seus irmãos e toda a assembleia de
Israel, estabeleceu que os dias da dedicação do altar seriam celebrados a seu
tempo, cada ano, durante oito dias, a partir do dia vinte e cinco do mês de
Casleu, com júbilo e alegria". (1 Macabeus 4:52-54,59)
Com a morte de Antíoco IV em 164 a.C.,
a luta de resistência prossegue contra Antíoco V (164-162
a.C.), seu filho, e o regente Lísias e, a seguir, contra Demétrio I Sóter (161-150 a.C.).
Dinastia Hasmoneia
Com a morte de Judas, a liderança da família e da
revolta contra o Império Selêucida passa para o seu irmão Jônatas. Jônatas faz vários acordos e
alianças com vários países, como Esparta e inclusive com a potência da época, a República Romana, para que fosse reconhecido a situação de Israel como nação livre
perante o império selêucida.
Jônatas prossegue com a revolta, até que no ano de 153 a.C. ganha
o cargo de sumo sacerdote de Israel por decreto de Alexandre Balas,
rei selêucida.
Jônatas se aliara a Alexandre, na tentativa deste de usurpar o trono de Demétrio I Sóter. Quando Alexandre consegue o trono, ele recompensa Jônatas, a qual
permite governar quase que com total independência a Judeia. Entretanto, o
rei sucessor de Alexandre, o rei Antíoco VI,
torna-se hostil aos judeus, o que provoca nova guerra, dessa vez liderada
por Simão,
irmão de Jônatas e atual sumo sacerdote.
Por fim, a real independência da Judeia vem no
governo de João Hircano I,
filho de Simão, que se tornou sumo sacerdote e foi coroado rei da Judeia. João
Hircano ainda enfrentou uma nova tentativa de invasão do Império Selêucida sob o comando do rei Antíoco VII.
De acordo com a lenda, o rei João Hircano I, abriu o sepulcro do Rei Davi e de lá
retirou três mil talentos, que entregou a Sideta para que esse poupasse
Jerusalém. Antíoco, então, atacou a Pártia, apoiado pelos
judeus, e, por um curto tempo, recuperou a Mesopotâmia, Babilônia e
a região dos Medos, antes de cair
em uma emboscada e ser morto por Fraates II de
Pártia. O reino Selêucida, então, se
restringiu à Síria. Com isso a
independência da Judeia como um reino independente sob a dinastia Hasmoneia é
assegurada.
Durante o reinado de João Hicarno I e de Alexandre Janeu,
há uma expansão do reino judeu, que incorpora regiões importantes da Palestina,
como Mádaba, Samega, Siquém, Adora, Marisa e a Idumeia.
Nesse processo, há uma judaização forçada das populações conquistadas. Por essa
época é que surgem os três grandes partidos políticos da Judeia: Fariseus, Saduceus e
os Essênios.
As crueldades cometidas por João Hircano I contra as cidades conquistadas e as
populações forçadamente judaizadas provocam a primeira reação dos Fariseus contra
os governantes Macabeus. A partir deste momento João Hircano I alia-se aos saduceus
e rompe com os fariseus. Durante os próximos reinados, de Alexandre Janeu
(103-76 a.c) e de Aristóbulo I (104-103 a.c), os governantes Hasmoneus se
apoiam nos Saduceus contra os Fariseus. Entretanto, durante o reinado da
rainha Salomé Alexandra (76-66 a.c), há uma aproximação da monarca com o partido Fariseu,
em detrimento dos Saduceus.
Declínio hasmoneu e subjugação romana
A relativa independência dos judeus termina com a
ascensão de Aristóbulo II ao
trono. Seu irmão, João Hircano II, inicia uma guerra civil que termina com a intervenção do general
romano Pompeu no ano
de 63 a.C.,
sob o pretexto de pacificar a região. Pompeu coloca Hircano II como sumo sacerdote, entretanto lhe retira o
título real e transforma a Judeia em um reino cliente subordinado a um procurador romano. No ano
de 37 a.C., Marco António executa Antígono e entrega o trono da Judeia a Herodes, o Grande,
um príncipe idumeu filho do procurador romano, Antipater.
Para se legitimar no trono, Herodes se casa com Mariana, a única filha e
herdeira do sumo sacerdote Hasmoneu Antigono, filho de Aristóbulo II. Entretanto, com medo de conspirações por parte
da elite judaica e dos seus filhos com Mariana, manda executar a esposa e acusa
seus filhos, Alexandre e Aristóbulo IV de alta traição, que são julgados e executados em 7 a.C..
Lista de reis e governantes
hasmoneus
·
Aristóbulo I -
104-103 a.C.
·
Alexandre Janeu -
103-76 a.C. - Primeiro Hasmoneu a tomar o título de rei, além de sumo
sacerdote.
·
Salomé Alexandra - 76-66 a.C.
·
Aristóbulo II -
66-63 a.C. - Deposto pelos romanos. Seu irmão, João Hircano II, foi feito sumo
sacerdote em seu lugar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
BOM DIA
A PAZ DE CRISTO E AMOR DE MARIA.
VINDE E VEDE