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segunda-feira, 2 de março de 2020

A FORMAÇÃO DO NOVO TESTAMENTO



Os livros do Novo Testamento foram escritos na segunda metade do primeiro século da era cristã, ou seja, no período que vai de mais ou menos 50 a 100 d. C. Tudo indica que os primeiros livros escritos foram as cartas do apóstolo Paulo e o último o de Apocalipse.
Essas cartas e outros escritos eram recebidos e preservados com todo o cuidado. Não tardou para que esses manuscritos fossem circulados entre as igrejas (leia Cl 4.16), passando então a ser copiados e difundidos nas igrejas cristãs dos primeiros séculos.
A necessidade de ensinar novos convertidos e o desejo de relatar o testemunho dos primeiros discípulos sobre a vida e os ensinamentos de Jesus Cristo resultaram na escrita dos Evangelhos. Também estes foram copiados e distribuídos à medida em que a igreja crescia.
A Edição do Novo Testamento Grego
papiro_52
Os autógrafos ou documentos originais do Novo Testamento não foram preservados. Documentos com porções maiores de texto, que chegaram até nós, datam do segundo e terceiro séculos. Este é um intervalo relativamente breve entre a data de composição dos livros e as cópias mais antigas, especialmente numa comparação com outros escritos daquela época.
O mais antigo fragmento do Novo Testamento grego hoje conhecido é um pedacinho de papiro escrito no início do segundo século d. C. Trata-se do Papiro 52 (ou P52) e nele estão contidas algumas palavras de João 18.31-33, 37-38. Em época recente, foram descobertos muitos outros papiros com texto bíblico, tanto assim que hoje são conhecidos 125 papiros do Novo Testamento (embora a maioria contenha apenas um pequeno trecho do Novo Testamento).

Para preparar uma edição do Novo Testamento Grego, os eruditos dispõem, em tese, de mais de cinco mil manuscritos gregos (muitos deles fragmentários). Além disso, levam em conta também o testemunho de traduções antigas (como a latina, siríaca, copta, entre outras) e a transcrição de textos do Novo Testamento nos escritos de teólogos da igreja antiga, particularmente aqueles que escreveram em grego. Disso resulta uma edição do Novo Testamento grego que é chamada de eclética, ou seja, um texto que resulta do estudo e da combinação de um grande número de manuscritos.
Na prática isto significa que o texto reproduzido em O Novo Testamento Grego (diferentemente do que ocorre na Bíblia Hebraica) não se encontra em um único manuscrito, pois resulta da comparação e combinação (em tese) do que se encontra em todos os manuscritos que
chegaram até nós. (Para mais detalhes, confira Origem e Transmissão do Texto do Novo Testamento e O Texto do Novo Testamento.)
A edição do texto grego do Novo Testamento mais utilizada por tradutores em todo o mundo é O Novo Testamento Grego, uma publicação das Sociedades Bíblicas Unidas que está em sua quarta edição revisada. Uma edição em “roupagem” portuguesa foi impressa no Brasil, em 2009. Juntamente com a Biblia Hebraica Stuttgartensia, esta é a melhor edição dos textos originais de que se dispõe hoje em dia.

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