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segunda-feira, 24 de agosto de 2020

XXI Semana - Terça-feira - Tempo Comum - Anos Pares

 Primeira leitura: 2 Tessalonicenses 2, 1-3a.14-17

Acerca da vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo e da nossa reunião junto dele, pedimo-vos, irmãos, 2que não percais tão depressa a presença de espírito, nem vos aterrorizeis com uma revelação profética, uma palavra ou uma carta atribuída a nós, como se o Dia do Senhor estivesse iminente. 3Ninguém, de modo algum, vos engane. 14A isto Ele vos chamou por meio do nosso Evangelho: à posse da glória de Nosso Senhor Jesus Cristo.
15Portanto, irmãos, estai firmes e conservai as tradições nas quais fostes instruídos por nós, por palavra ou por carta. 16O próprio Senhor Nosso Jesus Cristo e Deus, nosso Pai, que nos amou e nos deu, pela sua graça, uma consolação eterna e uma boa esperança, 17consolem os vossos corações e os confirmem em toda a obra e palavra boa.

A comunidade de Tessalónica andava muito preocupada com a questão da iminente parusia de Cristo. Paulo vai directo à questão. Começa por rebater ideias erradas, espalhadas por falsos profetas, para acalmar o entusiasmo sonhador e a agitação da comunidade. Quando será Dia do Senhor? Nem Paulo o sabe ao certo. Como qualquer cristão, está à espera. Por isso, escreve: «não percais tão depressa a presença de espírito, nem vos aterrorizeis com uma revelação profética, uma palavra ou uma carta atribuída a nós, como se o Dia do Senhor estivesse iminente» (v. 2). A questão da data nem é importante. Há que não cair no ridículo de a querer marcar, porque «o dia do Senhor chega de noite como um ladrão» (1 Ts 5, 2). O importante é ter em conta os fundamentos da vocação cristã: a eleição, a salvação, a santificação do Espírito, a chamada por meio do Evangelho, a esperança da glória. Por graça de Deus, os cristãos já estão inseridos neste projecto que se está a realizar na história e que atingirá a plenitude no fim. Há, pois, que permanecer firmes nas tradições, que guardam a memória viva de Jesus testemunhada pelos primeiros apóstolos, que, enquanto tais, são garantia de verdade.

Evangelho: Mateus 23, 23-26

Naquele tempo, disse Jesus 23Ai de vós, doutores da Lei e fariseus hipócritas, porque pagais o dízimo da hortelã, do funcho e do cominho e desprezais o mais importante da Lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade! Devíeis praticar estas coisas, sem deixar aquelas. 24Guias cegos, que filtrais um mosquito e engolis um camelo! 25Ai de vós, doutores da Lei e fariseus hipócritas, porque limpais o exterior do copo e do prato, quando por dentro estão cheios de rapina e de iniquidade! 26Fariseu cego! Limpa antes o interior do copo, para que o exterior também fique limpo.

A religião é uma questão de interioridade, de coração, na relação com Deus e com o próximo. Se assim não for, converte-se em algo de acrescentado e sobreposto ao homem, algo que esmaga e asfixia, que escraviza. Por isso, Jesus pronuncia mais dois «Ai de vós» contra o legalismo exterior dos doutores da lei e dos fariseus e escribas, que os leva a desprezar o essencial da lei: «a justiça, a misericórdia e a fidelidade!» (v. 23). Também estes são «guias cegos», que se perdem em formalidades: «filtrais um mosquito e engolis um camelo!» (v. 24) - diz Jesus, esquecendo que, o mais importante, é ter o «coração puro»: «limpais o exterior do copo e do prato, quando por dentro estão cheios de rapina e de iniquidade!» (v. 25). Só a pureza do coração permite ver a Deus (cf. Mt 5, 8).

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