Denomina-se cristianismo oriental o conjunto das tradições e igrejas cristãs que se desenvolveram nos Balcãs, Europa Oriental, Ásia Menor, Oriente Médio, Igrejas da África e Índia no transcorrer de vários séculos de religiosidade. O termo é geralmente usado nas Igrejas ocidentais para descrever as tradições cristãs que não se desenvolveram na Europa Ocidental. Assim, o termo não se refere a nenhuma igreja específica ou uma tradição cristã em particular (realmente algumas igrejas orientais têm mais em comum histórica e teologicamente com o cristianismo ocidental que outras igrejas ditas ocidentais).
Os termos ocidental e oriental, nesse contexto, nasceram com a divisão entre o Império Romano do Oriente (Império Bizantino) e o Império Romano do Ocidente e sua consequente divisão cultural.
Denominações cristãs
Cristãos orientais não têm tradição religiosa em comum, mas muitos deles compartilham tradições culturais e litúrgicas. O cristianismo se dividiu no Oriente durante seus primeiros séculos, dentro e fora do Império Romano, em disputas sobre Cristologia e teologia fundamental, assim como por divisões territoriais (Romanos, Persas, etc.). Seriam muitos séculos depois que o cristianismo ocidental separar-se-ia completamente dessas tradições (Veja: Grande Cisma do Oriente). Atualmente, existem quatro principais ramos ou famílias do cristianismo oriental, cada qual com sua Teologia e dogmas:
Todas as Igrejas orientais, assim como as ocidentais, compartilham as mesmas tradições cristãs e a maior parte do cânon bíblico cristão. Muitas igrejas do oriente compartilham práticas que não são compartilhadas por igrejas ocidentais, mas não existe uma tradição em particular que distingue umas das outras. Em muitas igrejas orientais, os párocos administram o sacramento da crisma após o batismo das crianças e os futuros padres têm casamento permitido antes da ordenação. Enquanto todas as igrejas católicas orientais reconhecem a autoridade do Papa, mantêm tradições não latinas, incluindo a tradição da permissão a homens casados se tornarem padres.
Igreja do Leste/Igreja Assíria do Oriente
A Igreja Assíria do Oriente aceita somente os ensinamentos dos dois primeiros concílios ecuménicos (Niceia I e Constantinopla I). Esta Igreja oriental destaca-se por defender o nestorianismo, que surgiu no século V e que ensinava, segundo seus opositores, que em Jesus haveria duas pessoas, uma humana (Jesus) e outra divina (Cristo) num mesmo corpo. Mas isso não é seguido; na verdade a Igreja do Oriente ensina que em Cristo há duas "Qnume" (essências) distintas, completas numa só "Parsopa" (pessoa).
Igrejas ortodoxas orientais
As Igrejas ortodoxas orientais são aquelas que só aceitam os ensinamentos dos três primeiros concílios ecuménicos (Niceia, Constantinopla e Éfeso). Elas separaram-se das Igrejas Católica e Ortodoxa porque elas recusaram-se a aceitar a doutrina das "duas naturezas de Cristo", decretada pelo Concílio de Calcedónia (451) e aceitada pelos católicos e ortodoxos bizantinos. Em alternativa, estas Igrejas defendem que em Jesus Cristo há a natureza humana e a natureza divina, mas que estas duas naturezas se unem natural e completamente para formar uma única e unificada Natureza de Cristo.
Igrejas ortodoxas bizantinas
As Igrejas ortodoxas bizantinas são todas aquelas que aceitam os ensinamentos e decisões dos sete primeiros concílios ecumênicos. A grande maioria delas estão em comunhão umas com as outras e com o Patriarca Ecuménico de Constantinopla. De entre os cristãos de rito oriental, os ortodoxos bizantinos são os mais numerosos. A Igreja Ortodoxa separou-se oficialmente da Igreja Católica em 1054, num acontecimento chamado de "Grande Cisma do Oriente".
Igrejas orientais católicas
As Igrejas Católicas Orientais são Igrejas particulares sui iuris em plena comunhão com o Papa. Elas conservam as seculares tradições litúrgicas e devocionais das várias igrejas orientais com as quais estão associadas historicamente. Enquanto divergências doutrinárias dividem as igrejas orientais não católicas em grupos desprovidos de comunhão mútua, as Igrejas Católicas Orientais acham-se unidas umas com as outras bem como com a Igreja Católica de Rito Latino (sediada no Ocidente), conquanto se diversifiquem quanto à ênfase teológica, às formas da liturgia, à piedade popular, à disciplina canônica e à terminologia. Sobretudo, elas reconhecem a função central do Sumo Pontífice, sua suprema autoridade e sua infalibilidade magisterial. Apesar disso, as Igrejas orientais católicas têm uma autonomia considerável em relação ao Papa.
A maioria das Igrejas Católicas Orientais tem correspondentes entre as demais Igrejas orientais, quer assírias, quer Igrejas ortodoxas orientais, quer ortodoxas bizantinas, que delas estão apartadas devido a certo número de dissonâncias teológicas, como também em virtude de discordâncias no que tange à autoridade do Sumo Pontífice.
Embora historicamente se situassem na Europa Oriental, no Oriente Médio asiático, na África do Norte e na Índia, as Igrejas Católicas Orientais, por causa da migração, estão hoje disseminadas também na Europa Ocidental, nos Estados Unidos, nas Américas e na Oceania, constituindo aí circunscrições eclesiásticas plenas (eparquias), ao lado das dioceses latinas.
Os termos greco-católico e católico bizantino referem-se àqueles que pertencem a Igrejas sui iuris que usam o rito bizantino. O termo católico oriental inclui-os também a eles, mas tem significação mais lata, de vez se aplica igualmente aos fiéis que seguem as tradições litúrgicas alexandrina, antioquena, armênia e caldeia.
Em 2006, estimou-se que existiam cerca de 16 milhões de católicos orientais, dos quais aproximadamente 7,65 milhões seguiam a tradição bizantina [1].
Nenhum comentário:
Postar um comentário
BOM DIA
A PAZ DE CRISTO E AMOR DE MARIA.
VINDE E VEDE